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Especialista faz crítica a processo de procura no TO
DA AGÊNCIA FOLHA
O presidente da Eaaf
(Equipe Argentina de Antropologia Forense), Luis
Fondebrider, 40, da qual fazem parte as três peritas argentinas que colaboraram
na busca por ossadas de
guerrilheiros em Xambioá,
criticou a maneira com que a
operação foi realizada.
Segundo Fondebrider, a
escavação deve ser a última
etapa de um longo processo
de investigação. "Partimos
do princípio de que, para saber o que se passou no Araguaia, é preciso instalar lá
um grupo especial e ficar várias semanas, senão meses,
ouvindo testemunhas e armando o quebra-cabeça."
Ele disse que o caso da
guerrilha do Araguaia é
complexo, já que ocorreu há
quase 30 anos e faltam investigações preliminares.
Fondebrider afirmou que
sua equipe aceitou vir ao
Brasil para auxiliar nas buscas em Xambioá em razão
dos pedidos de familiares de
desaparecidos e pela existência de informações muito
pontuais indicando locais.
O argentino acrescentou
que antes das escavações
tem de haver uma perspectiva histórica, ouvir testemunhas e moradores do local e
cruzar hipóteses.
A Eaaf é uma ONG criada
na Argentina, em 1984, por
especialistas em antropologia, medicina e arqueologia,
que teve como objetivo, inicialmente, encontrar os desaparecidos políticos do
país, estabelecer a identificação e a causa de suas mortes.
Eles estimam em 10 mil os
desaparecidos na Argentina.
A partir de 1986, a ONG
passou a ser solicitada por
outros países, como Colômbia, Croácia e África do Sul.
Já atuou em 31 países.
A ONG participou da busca e da posterior identificação da ossada de Ernesto
"Che" Guevara, o argentino
que liderou, ao lado de Fidel
Castro, a Revolução Cubana.
Guevara foi localizado em
1997, na Bolívia, onde fora
assassinado 30 anos antes.
(VICTOR RAMOS)
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