São Paulo, sexta-feira, 12 de março de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Especialista faz crítica a processo de procura no TO

DA AGÊNCIA FOLHA

O presidente da Eaaf (Equipe Argentina de Antropologia Forense), Luis Fondebrider, 40, da qual fazem parte as três peritas argentinas que colaboraram na busca por ossadas de guerrilheiros em Xambioá, criticou a maneira com que a operação foi realizada.
Segundo Fondebrider, a escavação deve ser a última etapa de um longo processo de investigação. "Partimos do princípio de que, para saber o que se passou no Araguaia, é preciso instalar lá um grupo especial e ficar várias semanas, senão meses, ouvindo testemunhas e armando o quebra-cabeça."
Ele disse que o caso da guerrilha do Araguaia é complexo, já que ocorreu há quase 30 anos e faltam investigações preliminares.
Fondebrider afirmou que sua equipe aceitou vir ao Brasil para auxiliar nas buscas em Xambioá em razão dos pedidos de familiares de desaparecidos e pela existência de informações muito pontuais indicando locais.
O argentino acrescentou que antes das escavações tem de haver uma perspectiva histórica, ouvir testemunhas e moradores do local e cruzar hipóteses.
A Eaaf é uma ONG criada na Argentina, em 1984, por especialistas em antropologia, medicina e arqueologia, que teve como objetivo, inicialmente, encontrar os desaparecidos políticos do país, estabelecer a identificação e a causa de suas mortes. Eles estimam em 10 mil os desaparecidos na Argentina.
A partir de 1986, a ONG passou a ser solicitada por outros países, como Colômbia, Croácia e África do Sul. Já atuou em 31 países.
A ONG participou da busca e da posterior identificação da ossada de Ernesto "Che" Guevara, o argentino que liderou, ao lado de Fidel Castro, a Revolução Cubana. Guevara foi localizado em 1997, na Bolívia, onde fora assassinado 30 anos antes. (VICTOR RAMOS)

Texto Anterior: Regime militar: Buscas terminam sem encontrar ossadas
Próximo Texto: Não há base legal para incineração, afirma Nilmário
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.