São Paulo, quarta-feira, 12 de março de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Contra o relógio

Pelas contas de Renato Casagrande (PSB-ES), restam apenas três dias "úteis" de quórum no Senado para votar a medida provisória que cria a TV Pública, que oficialmente expira no próximo dia 21. Enquanto a oposição faz de tudo para que a MP caduque, o relator cuidou de pontuar seu parecer com recomendações de pressa à base aliada. Embora reconheça que emendas ao texto seriam o "caminho natural", Casagrande adverte: "ficamos inibidos de assim proceder, sob o risco de não-aprovação da matéria". Se a análise na Câmara "não se conclui no prazo estipulado", "quando a matéria chega ao Senado, a discussão e a votação têm de ser feitas rapidamente".

Teatro 1. A oposição esticou a não mais poder seus discursos inflamados contra a "invasão" do apartamento da viúva de ACM, determinada pela Justiça dentro de uma disputa familiar por herança. Também a proibição do uso de bermuda no plenário despertou a indignação demo-tucana. Tudo para atrasar a votação da MP da TV Pública.

Teatro 2. Longe do microfone, senadores como Arthur Virgílio (PSDB-AM) e Álvaro Dias (PSDB-PR) riam à toa.

Noca. De um governista, sobre a zona generalizada e a falta de controle de Garibaldi Alves (PMDB-RN), sobre o plenário: "Isso aqui hoje virou a casa da viúva". Sentado na primeira fila, quem mais se divertia era Renan Calheiros (PMDB-AL), em especial com os apuros de seu sucessor.

Lázaro. Coube a Arthur Virgílio lembrar que, enquanto o pau comia, o octogenário e recém-operado Epitácio Cafeteira (PTB-MA) aguardava na tribuna para falar, "fazendo um enorme sacrifício para ficar de pé". "Estou curado", tranqüilizou o senador.

Saúde. FHC foi submetido ontem em São Paulo a cirurgia para corrigir um crescimento benigno da próstata.

É a economia. Embora tenha passado sabão nos líderes da base pela demora na votação do Orçamento, o que de fato preocupa Lula é a questão cambial. O presidente detalhou a auxiliares ontem as medidas a serem anunciadas para conter a alta do real.

Assim não. O ministro Tarso Genro (Justiça) reage à proposta da OAB de criar um órgão de controle externo à Polícia Federal: "Pela Constituição, quem controla a PF é o Ministério Público".

Especialista. Eleito para a vice-presidência da CPI dos Cartões Corporativos, o deputado de primeiro mandato Marcelo Melo (PMDB-GO) é um dos campeões de gastos com verba indenizatória: nos dois primeiros meses do ano (recesso de janeiro incluído), utilizou R$ 32.399,81.

Combinado. A presidente da CPI, Marisa Serrano (PSDB-MS), e o relator, Luiz Sérgio (PT-RJ), brincavam ontem com a cor de suas roupas. A tucana trajava terninho vermelho. O petista estava de gravata azul e amarela.

Pupilo. Prevendo resistência do governo à convocação da ministra Dilma Rousseff, o senador José Nery (PSOL-PA) tentará chamar para depor na CPI o secretário de Administração da Casa Civil, Norberto Queiroz.

Visitas à Folha. Gilberto Kassab (DEM), prefeito de São Paulo, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Marcelo Cardinale Branco, secretário de Infra-Estrutura Urbana e Obras, e de Caio Luiz de Carvalho, presidente do São Paulo Turismo.

Laila Shukair, presidente da Associação Brasileira de Magistrados e Promotores de Justiça da Infância e da Juventude, visitou ontem a Folha. Estava acompanhada de Reni Tognoni, assessora de comunicação, e de Maira Sester, da Máquina da Notícia.

Tiroteio

"O Senado lembrou a "Discoteca do Chacrinha". A oposição adotou o lema do Velho Guerreiro: não veio para explicar, mas para confundir."


De DELCÍDIO AMARAL (PT-MS), sobre os truques feitos ontem por PT e PSDB para obstruir a votação de medidas provisórias no Senado, na tentativa de ver expirado o prazo de validade da MP da TV Pública.

Contraponto

Meu garoto

Em aquecimento para a campanha municipal, Paulo Maluf (PP) já iniciou o circuito de aparições no rádio. No sábado passado, foi à Tupi AM participar do "Programa do Figueiredo". Como chegou um pouco antes da hora, tratou de aguardar sua vez enquanto era entrevistado o promotor José Carlos Blat, algoz da gestão do ex-prefeito e também da de seu pupilo e sucessor, Celso Pitta.
De repente, um menino de cerca de dez anos saiu correndo do estúdio e perguntou, todo animado:
-Cadê o Maluf? Cadê o Maluf?
Era o filho de Blat, que se declarou "fã" do deputado. Maluf adorou. O promotor apenas sorriu amarelo.


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