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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Contra o relógio
Pelas contas de Renato Casagrande (PSB-ES), restam apenas três dias "úteis" de quórum no Senado para votar a medida provisória que cria a TV Pública,
que oficialmente expira no próximo dia 21. Enquanto
a oposição faz de tudo para que a MP caduque, o relator cuidou de pontuar seu parecer com recomendações de pressa à base aliada. Embora reconheça que
emendas ao texto seriam o "caminho natural", Casagrande adverte: "ficamos inibidos de assim proceder,
sob o risco de não-aprovação da matéria". Se a análise
na Câmara "não se conclui no prazo estipulado",
"quando a matéria chega ao Senado, a discussão e a
votação têm de ser feitas rapidamente".
Teatro 1. A oposição esticou a não mais poder seus discursos inflamados contra a
"invasão" do apartamento da
viúva de ACM, determinada
pela Justiça dentro de uma
disputa familiar por herança.
Também a proibição do uso
de bermuda no plenário despertou a indignação demo-tucana. Tudo para atrasar a votação da MP da TV Pública.
Teatro 2. Longe do microfone, senadores como Arthur
Virgílio (PSDB-AM) e Álvaro
Dias (PSDB-PR) riam à toa.
Noca. De um governista, sobre a zona generalizada e a falta de controle de Garibaldi Alves (PMDB-RN), sobre o plenário: "Isso aqui hoje virou a
casa da viúva". Sentado na
primeira fila, quem mais se divertia era Renan Calheiros
(PMDB-AL), em especial com
os apuros de seu sucessor.
Lázaro. Coube a Arthur Virgílio lembrar que, enquanto o
pau comia, o octogenário e recém-operado Epitácio Cafeteira (PTB-MA) aguardava na
tribuna para falar, "fazendo
um enorme sacrifício para ficar de pé". "Estou curado",
tranqüilizou o senador.
Saúde. FHC foi submetido
ontem em São Paulo a cirurgia para corrigir um crescimento benigno da próstata.
É a economia. Embora
tenha passado sabão nos líderes da base pela demora na votação do Orçamento, o que de
fato preocupa Lula é a questão cambial. O presidente detalhou a auxiliares ontem as
medidas a serem anunciadas
para conter a alta do real.
Assim não. O ministro
Tarso Genro (Justiça) reage à
proposta da OAB de criar um
órgão de controle externo à
Polícia Federal: "Pela Constituição, quem controla a PF é o
Ministério Público".
Especialista. Eleito para a
vice-presidência da CPI dos
Cartões Corporativos, o deputado de primeiro mandato
Marcelo Melo (PMDB-GO) é
um dos campeões de gastos
com verba indenizatória: nos
dois primeiros meses do ano
(recesso de janeiro incluído),
utilizou R$ 32.399,81.
Combinado. A presidente
da CPI, Marisa Serrano
(PSDB-MS), e o relator, Luiz
Sérgio (PT-RJ), brincavam
ontem com a cor de suas roupas. A tucana trajava terninho
vermelho. O petista estava de
gravata azul e amarela.
Pupilo. Prevendo resistência do governo à convocação
da ministra Dilma Rousseff, o
senador José Nery (PSOL-PA) tentará chamar para depor na CPI o secretário de Administração da Casa Civil,
Norberto Queiroz.
Visitas à Folha. Gilberto
Kassab (DEM), prefeito de
São Paulo, visitou ontem a
Folha. Estava acompanhado
de Marcelo Cardinale Branco,
secretário de Infra-Estrutura
Urbana e Obras, e de Caio
Luiz de Carvalho, presidente
do São Paulo Turismo.
Laila Shukair, presidente da
Associação Brasileira de Magistrados e Promotores de
Justiça da Infância e da Juventude, visitou ontem a Folha. Estava acompanhada de
Reni Tognoni, assessora de
comunicação, e de Maira Sester, da Máquina da Notícia.
Tiroteio
"O Senado lembrou a "Discoteca do Chacrinha". A
oposição adotou o lema do Velho Guerreiro:
não veio para explicar, mas para confundir."
De DELCÍDIO AMARAL (PT-MS), sobre os truques feitos ontem por PT e
PSDB para obstruir a votação de medidas provisórias no Senado, na
tentativa de ver expirado o prazo de validade da MP da TV Pública.
Contraponto
Meu garoto
Em aquecimento para a campanha municipal, Paulo
Maluf (PP) já iniciou o circuito de aparições no rádio. No
sábado passado, foi à Tupi AM participar do "Programa
do Figueiredo". Como chegou um pouco antes da hora,
tratou de aguardar sua vez enquanto era entrevistado o
promotor José Carlos Blat, algoz da gestão do ex-prefeito
e também da de seu pupilo e sucessor, Celso Pitta.
De repente, um menino de cerca de dez anos saiu correndo do estúdio e perguntou, todo animado:
-Cadê o Maluf? Cadê o Maluf?
Era o filho de Blat, que se declarou "fã" do deputado.
Maluf adorou. O promotor apenas sorriu amarelo.
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