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CONGRESSO
Base e oposição selam acordo para votação do Orçamento
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após cobranças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, base e oposição disseram
ter chegado a um acordo para votar o Orçamento 2008
hoje no Congresso. O entendimento foi possível graças à
retirada do anexo de "metas
e prioridades", no valor de
R$ 534 milhões.
O dinheiro -que anteriormente seria distribuído para
obras sugeridas por um grupo de 96 parlamentares- será agora, segundo os líderes,
redirecionado para os Estados de acordo com o percentual definido pelo FPE (Fundo de Participação do Estados). Também serão consideradas as emendas parlamentares apresentadas e a
população de cada Estado.
Os R$ 534 milhões foram
incluídos no Orçamento em
um anexo teoricamente "de
metas e prioridades", manobra que fugiu das regras tradicionais das emendas parlamentares. O anexo continuará na Lei de Diretrizes Orçamentárias e no Plano Plurianual, abrindo possibilidade
de novas batalhas no futuro.
Base e oposição também
disseram que os R$ 224 milhões dos recursos destinados às obras do Rodoanel, em
São Paulo, retirados da proposta orçamentária pela Comissão Mista de Orçamento,
serão recolocados no texto.
A base aliada do governo
culpa a oposição pela demora
na votação. Eles alegam que
a intenção dos oposicionistas é dificultar a votação da
Medida Provisória que cria a
TV Pública, projeto de interesse do governo. Caso a MP
não seja votada até o dia 21,
perde a validade.
Como a sessão do Congresso de hoje foi marcada
para a tarde, não deve haver
sessão do Senado. Na sessão
de quinta também não deve
haver quórum, deixando a
votação da MP só para a semana que vem, que é mais
curta devido ao feriado.
A oposição nega que esteja
dificultando a votação do Orçamento para retardar a MP.
Apesar de os líderes garantirem que há acordo para votar
o Orçamento hoje, ainda há
resistências dentro da própria base. O deputado Devanir Ribeiro (PT-SP) defende
a manutenção do anexo. "Para mim não tem acordo algum e por isso vale o que foi
votado anteriormente."
Na reunião de ontem, os
parlamentares disseram que
R$ 450 milhões do excesso
de arrecadação da Lei Kandir
-dos R$ 5,3 bilhões atuais-
serão direcionados para reforçar o orçamento da Agricultura. Para aceitar o acordo, a oposição acertou com o
governo que os próximos excessos de arrecadação registrados serão destinados a
ajudar os Estados.
Colaborou GUSTAVO PATU, da Sucursal de Brasília
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