São Paulo, quinta, 12 de março de 1998

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PAINEL

Sim na ponta da língua
Eliseu Padilha deve continuar no Ministério dos Transportes. Ele foi chamado ontem ao Planalto e recebeu pressão de Eduardo Jorge e Clóvis Carvalho para ficar. O PMDB da Câmara só trabalha nesse sentido.

Primeira exceção
A interlocutores, FHC disse que não faria compromisso de manter atuais ministros no 2º mandato. Mas fez chegar a Padilha que, se ele não continuar nos Transportes, ficaria noutra pasta. O PMDB da Câmara promete não abandonar o ministro.

Vendo se cola
Com aval do Planalto, o PMDB da Câmara trabalha para que Jader Barbalho (PA) vá para a pasta da Justiça. Mas o senador não demonstra muito entusiasmo.

Fábula brasiliense
O Planalto prepara ofensiva junto a formadores de opinião para tentar vender que o desemprego é um problema grave só em três ou quatro regiões metropolitanas. E que, no interior, abundam postos de trabalho.

Discurso e prática
Barelli pedirá hoje a FHC mais verba do Fundo de Amparo ao Trabalhador para requalificar profissionalmente desempregados na região metropolitana de SP. O secretário do Trabalho de Covas reivindicou R$ 120 mi para 98 e teve apenas R$ 32 mi.

Novo mercado
Uma empresa americana instalada no país consultou a ANP para trazer 9 milhões de metros cúbicos de gás natural da Argentina. O volume equivale a 75% do que virá por ano da Bolívia pelo gasoduto. A liberação de importação deve sair neste mês.

Tucano indócil
Eduardo Azeredo (MG) digeriu mal o encontro de FHC com Hélio Garcia (PTB). Teme que o Planalto articule a candidatura Itamar Franco ao governo estadual, o que deixaria de ponta-cabeça o quadro mineiro.

Bola da vez
Após a reunião FHC-Hélio Garcia, o governador Azeredo (PSDB) não esconde de ninguém que está se sentindo como Covas após a conversa do presidente com Maluf. Ficou sabendo do encontro pelos jornais.

Abrindo o pregão
De volta ao comando do PFL, Jorge Bornhausen conversa hoje com FHC. Para saber quais os "parâmetros" da reforma ministerial. Essa é a prioridade nº 1 do partido, que teme perder espaço para PSDB e PMDB.

Descobriu a pólvora
Sérgio Motta prepara um projeto para acabar com as tevês educativas municipais. O ministro das Comunicações acha que há abuso político no uso delas. Sérgio Naya (ex-PPB), por exemplo, é dono de um monte.

Notória especialização
Pedro Neiva, um dos acusados no escândalo dos precatórios, está trabalhando numa pizzaria, a Trio Sam Pizzas, no Rio. Era o homem de confiança de Pitta, quando este ocupava a pasta das Finanças no governo Maluf.

Debandada em massa
Até o dia 8 de março, 330 funcionários do PAS já pediram para voltar neste ano à Secretaria da Saúde paulistana, segundo levantamento do vereador Carlos Néder (PT). As cooperativas de sáude são uma das bandeiras eleitorais de Maluf (PPB).

Aquecimento antecipado
A estrutura das campanhas está começando a se formar mais cedo neste pleito do que nos anteriores. Exemplo: o publicitário Duda Mendonça, que normalmente se muda para São Paulo em junho, o fará no fim do mês.

Rusga internacional
A Secretaria da Educação paulista está vencendo uma queda de braço com o Banco Mundial e deve prorrogar um contrato com a agência de publicidade DPZ-Rino. A verba, cerca de R$ 4 mi, vem do Bird, que queria a abertura de outra licitação.

FHC e Lula tremem
O PSTU dará um ultimato ao PT. Se o petismo disputar a Presidência em aliança com Brizola e Arraes, o partido de ultra-esquerda terá candidato próprio. A escolha está entre Valério Arcari e José Maria de Almeida, diretor-executivo da CUT.

TIROTEIO

De Padre Roque (PT-PR), sobre reunião no Ministério da Justiça considerada um evento de campanha de Iris Rezende:
- Pelo menos é um ministro coerente. Está colocando em prática a sua própria doutrina. Afinal, é dele a frase "o crime, às vezes, é inevitável".

CONTRAPONTO

Lógica elementar
O ex-governador de São Paulo Roberto de Abreu Sodré (67-71) também foi presidente da Assembléia entre 60 e 62, quando era deputado pela UDN.
No dia de sua posse na presidência do Legislativo, em obediência ao ritual da Casa, Sodré foi recebido pelos secretários da Mesa Diretora Vicente Botta e Araripe Serpa.
Quando o carro de Sodré chegou, os dois estavam à sua espera na entrada do prédio da Assembléia.
Botta adiantou-se para cumprimentar Sodré.
Para sua surpresa, em vez do deputado, quem saiu do carro foi a filha deste, que se dirigiu a Botta.
- É o senhor que é o sr. Protocolo - perguntou a menina.
Espantado, Botta segurou o riso e disse:
- Não, eu sou o deputado Vicente Botta. Por quê?
- É que o meu pai disse que eu não ia poder entrar com ele porque o protocolo não deixava.



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