São Paulo, quinta-feira, 12 de abril de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Couvert

O PMDB preparava os arranjos de flores para seu jantar com Lula enquanto o PT, em almoço ontem no Palácio do Planalto com Walfrido dos Mares Guia, cuidava de se proteger do ataque especulativo sobre seus preciosos cargos no segundo escalão.
O coordenador político tratou de tranqüilizar os senadores petistas. Segundo ele, o papel dos quatro ministros encarregados de negociar as nomeações seria "arredondar as bolas" para Lula. Para alguns cargos, relatou, chega a haver quatro indicados, mas a disposição do presidente seria a de não mexer indiscriminadamente em secretarias de ministérios e diretorias de estatais. "Se o atual funciona, não há por que trocar", disse Mares Guia, para alívio dos presentes.

Cartela cheia. No PMDB, a brincadeira ontem era dizer que haveria um sorteio de cargos no jantar, com Lula como mestre de cerimônias. "Vai ser o bingão do segundo escalão", previa um comensal.

Vi primeiro. Deputados do PSDB procuraram os senadores do partido para dizer que não concordam com uma CPI do Apagão Aéreo no Senado. Alegam que, em caso de funcionamento de duas comissões, a da Câmara será ofuscada, dada a maioria folgada do governo na Casa.

Quem manda. Não escapou a um ouvido atento os termos empregados por Lula para prometer aos prefeitos o aumento no repasse do Fundo de Participação dos Municípios: "Foi dada ordem à base do governo para que encontre um jeito de votar o 1%".

Santa especulação. Em nota técnica enviada à Câmara, o Tesouro Nacional pede que o projeto que cria o feriado de Frei Galvão em 11 de maio seja alterado para prever apenas ponto facultativo. O governo teme causar prejuízo a alguns investidores ao suprimir um dia útil.

Expediente. Embora atarefado com as atribuições de ministro da Justiça, Tarso Genro encontrou tempo para pilotar, na manhã de terça, reunião em um hotel de Brasília do grupo que defende a "refundação" do PT e pretende medir forças com a turma do Campo Majoritário no congresso da sigla, em agosto.

Digitais. O hoje deputado federal Paulo Teixeira foi um dos idealizadores do projeto que liberou as "despesas de mandato" na Câmara paulistana. Quando vereador, o petista alegava que a ausência dessa verba levava os parlamentares a reter parte do salário dos funcionários para bancar gastos de gabinete.

Irado. Carlos Apolinário (DEM) prepara uma rebelião de pastores contra a decisão da Prefeitura de SP de proibir a marcha anual dos evangélicos na Paulista. "Mantém os gays na avenida e tira Jesus?", protesta o vereador.

Greve à vista. Paulo Pimenta (PT-RS) queixou-se aos ministros Dilma Rousseff (Casa Civil) e Tarso Genro (Justiça) pelo chá de cadeira que os representantes de delegados e agentes da PF tomaram ontem no Planejamento, de onde saíram chutando o balde. "Não dá para tratar assunto grave como esse com displicência", diz o deputado.

Reforço de caixa. A Câmara concedeu aposentadoria proporcional a Ildeu Araújo (PP-SP), que exerceu um único mandato, até o ano passado, depois de ter sido eleito com 382 votos pelo Prona a reboque da votação de Enéas Carneiro. O ex-deputado, indiciado pela Polícia Federal no caso dos sanguessugas, receberá R$ 1.850 mensais.

Visita à Folha. Fernando Pimentel (PT), prefeito de Belo Horizonte, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de José Afonso Bicalho, secretário de Finanças, de Paulo Moura, secretário de Governo, e de Adrian Alexandri, assessor de comunicação.

Tiroteio

"Enquanto o cidadão brasileiro não consegue mais sair do chão, as autoridades responsáveis já chegaram à estratosfera". Do deputado federal FELIPE MAIA (DEM-RN) sobre Milton Zuanazzi, presidente da Anac, segundo quem não há crise no setor aéreo, e Waldir Pires, ministro da Defesa, que considera os eventos dos últimos seis meses "rotina em países em desenvolvimento".

Contraponto

Estado natal

Tão logo concluída a reforma do primeiro escalão, um grupo de deputados petistas foi ao gabinete do ministro da Educação, Fernando Haddad, com o objetivo de emplacar o colega Irineu Colombo (PR) em um cargo na pasta.
Na tentativa de criar proximidade com Haddad, que, embora filiado ao PT, está na Esplanada dentro da "cota pessoal" do presidente, os parlamentares puxaram assuntos variados. Até que Devanir Ribeiro arriscou:
-Assim como eu, o ministro é paulista...
Mostrando pouca disposição para satisfazer o apetite de seu partido, Haddad corrigiu:
-Eu não sou paulista, sou técnico...


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