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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Couvert
O PMDB preparava os arranjos de flores para seu
jantar com Lula enquanto o PT, em almoço ontem no
Palácio do Planalto com Walfrido dos Mares Guia,
cuidava de se proteger do ataque especulativo sobre
seus preciosos cargos no segundo escalão.
O coordenador político tratou de tranqüilizar os senadores petistas. Segundo ele, o papel dos quatro ministros encarregados de negociar as nomeações seria
"arredondar as bolas" para Lula. Para alguns cargos,
relatou, chega a haver quatro indicados, mas a disposição do presidente seria a de não mexer indiscriminadamente em secretarias de ministérios e diretorias
de estatais. "Se o atual funciona, não há por que trocar", disse Mares Guia, para alívio dos presentes.
Cartela cheia. No PMDB,
a brincadeira ontem era dizer
que haveria um sorteio de cargos no jantar, com Lula como
mestre de cerimônias. "Vai
ser o bingão do segundo escalão", previa um comensal.
Vi primeiro. Deputados
do PSDB procuraram os senadores do partido para dizer
que não concordam com uma
CPI do Apagão Aéreo no Senado. Alegam que, em caso de
funcionamento de duas comissões, a da Câmara será
ofuscada, dada a maioria folgada do governo na Casa.
Quem manda. Não escapou a um ouvido atento os
termos empregados por Lula
para prometer aos prefeitos o
aumento no repasse do Fundo de Participação dos Municípios: "Foi dada ordem à base
do governo para que encontre
um jeito de votar o 1%".
Santa especulação. Em
nota técnica enviada à Câmara, o Tesouro Nacional pede
que o projeto que cria o feriado de Frei Galvão em 11 de
maio seja alterado para prever apenas ponto facultativo.
O governo teme causar prejuízo a alguns investidores ao
suprimir um dia útil.
Expediente. Embora atarefado com as atribuições de
ministro da Justiça, Tarso
Genro encontrou tempo para
pilotar, na manhã de terça,
reunião em um hotel de Brasília do grupo que defende a
"refundação" do PT e pretende medir forças com a turma
do Campo Majoritário no
congresso da sigla, em agosto.
Digitais. O hoje deputado
federal Paulo Teixeira foi um
dos idealizadores do projeto
que liberou as "despesas de
mandato" na Câmara paulistana. Quando vereador, o petista alegava que a ausência
dessa verba levava os parlamentares a reter parte do salário dos funcionários para
bancar gastos de gabinete.
Irado. Carlos Apolinário
(DEM) prepara uma rebelião
de pastores contra a decisão
da Prefeitura de SP de proibir
a marcha anual dos evangélicos na Paulista. "Mantém os
gays na avenida e tira Jesus?",
protesta o vereador.
Greve à vista. Paulo Pimenta (PT-RS) queixou-se
aos ministros Dilma Rousseff
(Casa Civil) e Tarso Genro
(Justiça) pelo chá de cadeira
que os representantes de delegados e agentes da PF tomaram ontem no Planejamento,
de onde saíram chutando o
balde. "Não dá para tratar assunto grave como esse com
displicência", diz o deputado.
Reforço de caixa. A Câmara concedeu aposentadoria proporcional a Ildeu Araújo (PP-SP), que exerceu um
único mandato, até o ano passado, depois de ter sido eleito
com 382 votos pelo Prona a
reboque da votação de Enéas
Carneiro. O ex-deputado, indiciado pela Polícia Federal
no caso dos sanguessugas, receberá R$ 1.850 mensais.
Visita à Folha. Fernando
Pimentel (PT), prefeito de Belo Horizonte, visitou ontem a
Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço.
Estava acompanhado de José
Afonso Bicalho, secretário de
Finanças, de Paulo Moura, secretário de Governo, e de
Adrian Alexandri, assessor de
comunicação.
Tiroteio
"Enquanto o cidadão brasileiro não consegue
mais sair do chão, as autoridades
responsáveis já chegaram à estratosfera".
Do deputado federal FELIPE MAIA (DEM-RN) sobre Milton Zuanazzi,
presidente da Anac, segundo quem não há crise no setor aéreo, e Waldir Pires, ministro da Defesa, que considera os eventos dos últimos seis
meses "rotina em países em desenvolvimento".
Contraponto
Estado natal
Tão logo concluída a reforma do primeiro escalão, um
grupo de deputados petistas foi ao gabinete do ministro
da Educação, Fernando Haddad, com o objetivo de emplacar o colega Irineu Colombo (PR) em um cargo na pasta.
Na tentativa de criar proximidade com Haddad, que,
embora filiado ao PT, está na Esplanada dentro da "cota
pessoal" do presidente, os parlamentares puxaram assuntos variados. Até que Devanir Ribeiro arriscou:
-Assim como eu, o ministro é paulista...
Mostrando pouca disposição para satisfazer o apetite de
seu partido, Haddad corrigiu:
-Eu não sou paulista, sou técnico...
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