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Painel
2000, o ano do perigo
Tucanos próximos a FHC analisaram os mandatos de presidentes reeleitos na América Latina. Concluíram que o segundo
ano do segundo mandato é o
mais crítico de todos. É quando
as expectativas se frustram.
Efeito Nostradamus
No caso de FHC se reeleger, segundo a avaliação de caciques
tucanos, 2000 também será o
ano mais crítico do ponto de vista das contas públicas. Por ora,
só há o diagnóstico do perigo, e
nenhuma solução à vista. Mas
também não é o fim do mundo.
Retrato da Justiça
Um ministro anônimo do STJ
fez publicar poema crítico ao
próprio tribunal na edição de 26
de março do "Diário da Justiça":
"Votos iguais/ recursos inúteis/
da monotonia/ ao tédio profundo/ faz com que a turma aborrecida/ se alheie do mundo".
Vale por três
O Planalto não conseguiu
preencher a função de estrategista de comunicação que era
desempenhada pelo publicitário
Geraldo Walter, morto no mês
passado. Três diretores de grandes agências têm sido ouvidos.
Previsão do tempo
Mal os ministros tomaram
posse e já se nota, entre tucanos
do Executivo, que vai sair muito
gato do balaio político em que se
transformou o governo. O tiroteio interno começa na campanha e aumenta após a eleição.
Vazamentos à vista
O governo vai ter que acomodar insatisfações internas nos
próximos meses. Técnicos preteridos por políticos na hora da
promoção e que continuam no
governo demonstram menos espírito de equipe do que tinham
antes da reforma ministerial.
Sem escapatória
A área econômica já sabe que a
receita proveniente das privatizações será menor em 1999 do
que em 1998. Não restam muitas
alternativas: ou o déficit das estatais federais vai aumentar, ou
haverá cortes nos orçamentos
das empresas após a eleição.
CONTRAPONTO
Assim seja
Em 1º de abril, o Planalto desencadeou uma ofensiva no
Congresso para votar uma série
de medidas provisórias que tratam da administração pública.
A pressa do Planalto se justifica: se não aprovar logo as medidas, todas elas perderão validade
quando for promulgada a reforma administrativa, já votada pelos parlamentares.
Para aprovar as medidas, o governo não mediu esforços. Até
destituiu um relator renitente,
que discordava da orientação
das lideranças governistas.
Contrariado com o rumo das
votações, Padre Roque (PT-PR)
pediu a palavra:
- A base do governo é a base
do amém. São deputados que só
sabem dizer amém às ordens do
Executivo.
Antonio Carlos Magalhães,
que presidia a sessão, não perdeu a oportunidade:
- Só vou registrar (nos anais)
pelo inusitado. Mas é a primeira
vez em minha vida que vejo um
padre criticar quem diz amém.
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