São Paulo, domingo, 12 de abril de 1998

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Painel

2000, o ano do perigo
Tucanos próximos a FHC analisaram os mandatos de presidentes reeleitos na América Latina. Concluíram que o segundo ano do segundo mandato é o mais crítico de todos. É quando as expectativas se frustram.

Efeito Nostradamus
No caso de FHC se reeleger, segundo a avaliação de caciques tucanos, 2000 também será o ano mais crítico do ponto de vista das contas públicas. Por ora, só há o diagnóstico do perigo, e nenhuma solução à vista. Mas também não é o fim do mundo.


Retrato da Justiça

Um ministro anônimo do STJ fez publicar poema crítico ao próprio tribunal na edição de 26 de março do "Diário da Justiça": "Votos iguais/ recursos inúteis/ da monotonia/ ao tédio profundo/ faz com que a turma aborrecida/ se alheie do mundo".

Vale por três
O Planalto não conseguiu preencher a função de estrategista de comunicação que era desempenhada pelo publicitário Geraldo Walter, morto no mês passado. Três diretores de grandes agências têm sido ouvidos.

Previsão do tempo
Mal os ministros tomaram posse e já se nota, entre tucanos do Executivo, que vai sair muito gato do balaio político em que se transformou o governo. O tiroteio interno começa na campanha e aumenta após a eleição.

Vazamentos à vista
O governo vai ter que acomodar insatisfações internas nos próximos meses. Técnicos preteridos por políticos na hora da promoção e que continuam no governo demonstram menos espírito de equipe do que tinham antes da reforma ministerial.

Sem escapatória
A área econômica já sabe que a receita proveniente das privatizações será menor em 1999 do que em 1998. Não restam muitas alternativas: ou o déficit das estatais federais vai aumentar, ou haverá cortes nos orçamentos das empresas após a eleição.

CONTRAPONTO
Assim seja

Em 1º de abril, o Planalto desencadeou uma ofensiva no Congresso para votar uma série de medidas provisórias que tratam da administração pública.
A pressa do Planalto se justifica: se não aprovar logo as medidas, todas elas perderão validade quando for promulgada a reforma administrativa, já votada pelos parlamentares.
Para aprovar as medidas, o governo não mediu esforços. Até destituiu um relator renitente, que discordava da orientação das lideranças governistas.
Contrariado com o rumo das votações, Padre Roque (PT-PR) pediu a palavra:
- A base do governo é a base do amém. São deputados que só sabem dizer amém às ordens do Executivo.
Antonio Carlos Magalhães, que presidia a sessão, não perdeu a oportunidade:
- Só vou registrar (nos anais) pelo inusitado. Mas é a primeira vez em minha vida que vejo um padre criticar quem diz amém.



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