São Paulo, domingo, 12 de maio de 2002

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Maluf falará da violência para se contrapor a "Geraldinho"

LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Paulo Maluf irá estruturar sua campanha ao governo paulista principalmente sobre três pontos que considera frágeis na administração Geraldo Alckmin (PSDB): a (falta de) segurança pública, o (excesso de) pedágio nas rodovias do Estado e o desemprego.
Maluf tentará se contrapor ao governador tucano explorando a suposta falta de pulso e de agilidade do afilhado político de Mário Covas (morto em março do ano passado) na tomada de decisões.
"Geraldinho", como Maluf irá chamá-lo durante a campanha para provocá-lo, teria os mesmos defeitos de Covas, sem, no entanto, possuir suas qualidades. O padrinho de Alckmin, diz Maluf aos seus correligionários, conseguia, ao menos, se fazer ouvir no cenário político nacional.

"Falta de comando"
Além do discurso de combate à criminalidade, Maluf irá explorar também a suposta falta de comando de Alckmin para administrar as penitenciárias.
O pepebista aguarda apenas a implosão do complexo do Carandiru -evento anunciado pelo governo Alckmin- para criticar o governador. Maluf argumentará que a demolição do presídio é um contra-senso dos tucanos diante da carência de unidades prisionais em São Paulo.
A maioria das propostas de governo de Maluf, no entanto, não são novas. Foram apresentadas na campanha de 1998, quando perdeu o governo do Estado para Mário Covas.
"Maluf realmente já falava em combate à criminalidade, mas vai continuar falando, porque nada foi feito pelo atual governo", disse o presidente estadual do PPB, Jesse Ribeiro, um dos coordenadores da campanha.
Para reduzir a criminalidade, o pepebista baterá na mesma tecla: quer fortalecer a ação policial, colocando a Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) nas ruas da capital e das cidades do interior.
Maluf, se eleito, promete acabar com o Proar, plano implantado por Covas e Alckmin que tira da rua o policial envolvido em uma ocorrência com morte.
Com relação aos pedágios, Maluf diz que irá rever todos os contratos. A proposta é suspender o pagamento de pedágio das 23h às 6h e anular os contratos que apresentarem irregularidades -desde 1998, o número de praças de pedágio nas rodovias concedidas de São Paulo triplicou (hoje são cerca de 80).
Como solução para o desemprego, o PPB apresenta a mesma alternativa proposta em 1998: atrair empresas para o Estado. Maluf dirá que faltou a seu adversário tucano habilidade para atrair investimentos, o que geraria novos empregos.
Projetos desenvolvidos durante a segunda gestão de Maluf como prefeito de São Paulo (1993-1996), como o Programa Leve-Leite e a distribuição de merenda escolar nos finais de semana, segundo o PPB, também serão estendidos para todo o Estado.
Desde o início do ano, Maluf tem viajado pelo interior e pela região metropolitana para reunir-se com lideranças locais e dar entrevistas a rádios e jornais locais.
Fazem parte da coordenação de campanha os deputados Delfim Netto e Cunha Bueno, o ex-presidente regional Marcelino Romano Machado, o marqueteiro José Maria Braga, o jornalista Adilson Laranjeira, o presidente do Instituto Newton Campos (órgão de estudos criado pelo PPB), Marino Pazzaglini Filho, e o presidente estadual do partido, Jesse Ribeiro.


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