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AGENDA NEGATIVA
Presidente pede pressa na aprovação de projetos importantes
Lula vincula queda da taxa
de juros a ajuda do Senado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em reunião com os líderes governistas no Senado, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva pediu a
aprovação de projetos para continuar a baixar os juros, apoio ao
salário mínimo de R$ 260 e se dispôs a retomar o diálogo com a
oposição para reorganizar sua base de apoio na Casa. "Preciso dar
argumentos ao Copom [Comitê
de Política Monetária] para baixar os juros. Aprovar esses projetos são um sinal importante para
o mercado externo e permitirão
continuar a baixar os juros", disse
Lula, segundo relato de líderes.
Os projetos citados por Lula foram a nova Lei de Falências e as
PPPs (Parcerias Público-Privadas), em tramitação no Senado. O
Copom, órgão do Banco Central
que fixa a taxa básica de juros (hoje em 16% ao ano), reúne-se na
próxima semana. O presidente
tem insistido com a equipe econômica para que continue a diminuir os juros: "Com essas turbulências econômicas, é preciso dar
sinais aos investidores", afirmou.
A reunião durou cerca de duas
horas e teve a presença de Aloizio
Mercadante (líder do governo no
Senado), Fernando Bezerra (líder
do governo no Congresso), Mozarildo Cavalcante (PPS), Renan
Calheiros (PMDB), João Capiberibe (PSB), Dulciomar Costa
(PSB) e Ideli Salvatti (PT), além
do ministro Aldo Rebelo (Coordenação Política). Lula se referiu
ainda a três projetos que quer
aprovar: reforma do Judiciário, lei
de Biossegurança e um sobre investimentos em construção civil.
Na contramão de José Dirceu
(Casa Civil), que diz que os tucanos são os principais inimigos do
governo e do PT, Lula disse ser
necessário retomar "diálogo com
a oposição" para evitar novas derrotas do governo, como no caso
da MP dos Bingos. Dirceu não
participou do encontro de ontem.
"Gosto do Arthur Virgílio [líder
do PSDB no Senado]. Não tenho
problema em me encontrar com
ele", disse Lula, referindo-se também ao senador Tasso Jereissati
(PSDB-CE) como outro oposicionista com o qual tem bom trânsito. Mas mostrou-se surpreso com
a oposição do senador Pedro Simon (PMDB-RS): ""Não tenho nenhuma objeção de conversar com
qualquer pessoa que vocês julgarem necessário. Não tenho nenhum problema em conversar
com os senadores da oposição".
O governo quer se valer de uma
estratégia da oposição, que vem
dizendo que votará a favor de
projetos relevantes para o país,
para tentar angariar votos desses
senadores. A estratégia é fazer
com que os aliados repitam seguidas vezes que a retomada do crescimento e a geração de empregos
também dependem de projetos
que estão parados no Senado.
Na reunião, no Palácio do Planalto, Lula, a pedido dos líderes,
afirmou que determinará aos ministros que recebam com mais assiduidade os senadores aliados.
Ele chegou a defender que ministros despachem no Congresso. O
presidente disse que faz o possível
para enviar ao Congresso projetos
de lei em vez de medidas provisórias, pois estas trancam a pauta.
Os líderes fizeram um relato de
queixas apresentadas por senadores aliados em relação ao tratamento recebido do governo, entre
elas a de não serem sequer recebidos por ministros. Na mesma hora, Lula determinou a Aldo Rebelo que faça um mapeamento dos
problemas para tentar solucioná-los. ""Mapeie o que for importante
para ver o que posso fazer e onde
posso entrar", disse Lula a Aldo.
A primeira conseqüência do
apelo para que o Senado vote rapidamente propostas que atraiam
investimentos foi imediata. O presidente do Senado, José Sarney
(PMDB-AP), reuniu os líderes governistas e da oposição para tentar um acordo que libere a pauta
de votações: os líderes da oposição concordaram em não lançar
mão de instrumentos regimentais
para tentar impedir as votações.
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