São Paulo, sexta-feira, 12 de maio de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Para fundos, acordo foi fundamental

DA REPORTAGEM LOCAL

Os presidentes da Previ, da Petros e da Funcef afirmaram, em documento elaborado sobre o caso Brasil Telecom, que os entendimentos dos fundos de pensão com o Citibank "foram e são fundamentais para fazer prevalecer a vontade dos investidores".
O relatório sobre o contencioso da Brasil Telecom, com a visão dos fundos, foi concluído em janeiro. Ontem, o documento foi divulgado no site oficial do PT, com o título: "Fundos elaboram documento sobre Daniel Dantas, beneficiado na gestão FHC".
A gestão irregular do Opportunity teria gerado prejuízos de R$ 361 milhões à Brasil Telecom, informam os fundos.
O acordo com o Citi, dizem, foi indispensável para os investidores porque "existem fartas provas de que o Opportunity e a Telecom Italia desejavam comprar a participação do Citibank nas empresas, deixando o fundo nacional e os co-investidores em situação extremamente frágil".
Os três fundos adquiriram as três telefônicas -Brasil Telecom, Telemig Celular e Amazônia Celular- nas privatizações do governo FHC. O Opportunity, de Daniel Dantas, era o gestor original do consórcio vencedor.
Os presidentes da Previ, Sérgio Rosa, da Petros, Wagner Pinheiro de Oliveira, e da Funcef, Guilherme Narciso de Lacerda, afirmam que o Opportunity foi afastado da administração dos investimentos porque muitas vezes agiu sem levar em conta a vontade dos sócios majoritários do negócio.
"Nesse cenário, a menos que se pretendesse rasgar os compromissos com a administração profissional e ética dos recursos dos trabalhadores, a única alternativa possível era enfrentar os abusos praticados contra o patrimônio dos participantes", afirmaram.
Para os fundos, a gestão do Opportunity era irregular e criava "ambiente de insegurança para o conjunto dos investidores".
A complexa estrutura societária da Brasil Telecom, afirmam os fundos, foi um mecanismo que contribuiu "para colocar os investidores brasileiros em situação perigosa". Os problemas começaram, segundo o relatório, em 2000, quando as contas apresentadas pelo gestor foram rejeitadas pelos investidores. Em abril de 2004, por ação judicial, o Opportunity foi retirado da gestão do fundo nacional das empresas.
As irregularidades teriam levado o fundo estrangeiro a também romper com o Opportunity, que foi destituído pelo Citi.


Texto Anterior: Opportunity insinua que Lula pressionou Citi contra Dantas
Próximo Texto: Escândalo do mensalão/guerra nas teles: Oposição negocia com PT para levar caso Opportunity à CPI
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.