|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PT negocia dívida de R$ 300 mil com advogados
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PT tentará quitar, a partir
deste mês, parte da dívida de R$
300 mil do partido com o escritório de advocacia Malheiros Filho,
Camargo Lima e Rahal Advogados. O secretário de Finanças do
PT, Paulo Ferreira, disse que recebeu um diretor administrativo do
escritório e o partido analisa proposta de pagamento para evitar
execução judicial.
O advogado Arnaldo Malheiros
Filho foi contratado em 1º de julho de 2005 para defender o ex-tesoureiro da legenda Delúbio Soares e o ex-secretário-geral Sílvio
Pereira. O ex-presidente do PT José Genoino disse que pagará os
honorários de seu advogado, Luiz
Fernando Pacheco, que confirmou haver "a idéia de que o PT
arcasse com as despesas". Devido
às dificuldades financeiras do
partido, o escritório fez um acerto
particular com Genoino.
O PT, segundo Ferreira, só pagou a defesa de Silvio Pereira e
Delúbio. Todos os ex-dirigentes
petistas envolvidos na crise política são defendidos por escritórios
de advocacia famosos e conceituados de São Paulo.
O contrato com Malheiros, conforme informou o PT, tinha duração até 20 de setembro de 2005. O
partido nega que após essa data
também seja responsável pelo pagamento dos honorários.
À CPI dos Bingos Silvio Pereira
disse que o PT ainda pagava sua
defesa. "Eles (Pereira e Delúbio)
eram dirigentes do PT na época e
precisavam de defesa jurídica.
Depois Silvio Pereira se desfiliou e
Delúbio foi expulso." Ferreira explica que a partir do desligamento
de ambos do PT não se justificaria
o pagamento de advogados, mas
havia um contrato. O ex-secretário tem agora novo advogado,
Iberê Bandeira de Mello, que o
acompanhou à CPI dos Bingos.
O advogado Arnaldo Malheiros
Filho disse que o relacionamento
do escritório de advocacia com
seus clientes "é de natureza estritamente particular e sigilosa".
O ex-secretário de comunicação
do PT Marcelo Sereno contratou
os advogados Roberto Podval e
Beatriz Rizzo. A Folha procurou
os advogados, mas ambos não ligaram de volta.
À Polícia Federal, em julho de
2005, Sílvio Pereira disse que não
se sentia abandonado pelo partido, tanto que os custos com o advogado seriam pagos pelo PT. Então presidente do partido, Tarso
Genro, inicialmente negou contrato com os advogados.
Caixa dois
Malheiros afirmou ontem desconhecer que a versão de caixa
dois -apresentada por Delúbio e
pelo publicitário Marcos Valério
de Souza- tenha sido objeto de
um acordo negociado, como afirmou Sílvio ao jornal "O Globo".
Delúbio e Valério explicaram
que os milhões de reais que transitaram no valerioduto eram recursos de caixa dois destinados a
campanhas eleitorais. Segundo
Pereira, essa versão foi negociada
e que uma das alternativas seria
"derrubar a República".
"Negociação? (...) Não tenho conhecimento disso", disse o advogado, que deixou de defender Sílvio Pereira por causa da entrevista. Malheiros continua defendendo Delúbio.
Texto Anterior: Escândalo do mensalão/apoio das bases: Petistas de SP querem reeleger mensaleiros Próximo Texto: Mensalão/arquivo vivo: Silvio nega à PF saber de corrupção nos Correios Índice
|