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SUCESSÃO
Lula, Brizola e oposicionistas fazem ato hoje pelos 20 anos do início das greves do ABC em São Bernardo Campo
Radicais do PT querem rever privatizações
CARLOS EDUARDO ALVES
da Reportagem Local
Depois de perder uma batalha
na tentativa de
manter a candidatura de Vladimir Palmeira
(PT) ao governo
fluminense, a "esquerda" do PT
prepara-se para outra queda-de-braço com Luiz Inácio Lula
da Silva: quer incluir a moratória
da dívida externa e a revisão das
privatizações já feitas no programa que será defendido por Lula na
campanha presidencial.
Lula reúne-se hoje em São Paulo
com Leonel Brizola (PDT), Alexandre Cardoso (PSB) e João
Amazonas (PC do B) para discutir, entre outros pontos, o cronograma da elaboração do programa
de governo. Depois, os dirigentes
vão participar em São Bernardo
do Campo (SP) de ato, às 18h, em
comemoração aos 20 anos da greve dos metalúrgicos do ABC, completados hoje.
Lula é contra a revisão das privatizações e a moratória. A "esquerda" petista quer incluir os pontos
no programa durante a convenção
nacional do partido, marcada para os dias 23 e 24 de maio.
"Vamos defender a revisão das
privatizações e a suspensão do pagamento da dívida externa, embora a gente saiba que a direção do
partido só queira discutir a questão do Rio", afirmou Valter Pomar, um dos vice-presidentes do
PT e representante da "esquerda" na cúpula.
No último sábado, a maioria do
Diretório Nacional do PT anulou
o lançamento da candidatura de
Palmeira ao governo fluminense,
como exigia Lula.
O petista agora pode impor o
apoio do PT a Anthony Garotinho
(PDT) na sucessão do Rio, como
exige Brizola para subir ao palanque de Lula na disputa presidencial.
Pomar não tem muita esperança
de mudar a resolução sobre o Rio,
embora o setor radical vá tentar a
reversão e, para isso, já tenha entrado com recurso contra a decisão.
"Ficou difícil. Vamos depender
de uma ação de massa visível no
Rio ou de alguma trapalhada do
Brizola", declarou Pomar.
Para o líder radical, a retirada de
Palmeira foi uma "provocação"
das correntes moderadas do partido. "Não quiseram negociar talvez porque queiram que a esquerda saia do partido", acha.
José Dirceu, presidente do PT,
disse que a convenção do partido,
deve ratificar o veto a Palmeira e,
embora não descarte a discussão,
afirmou que a convenção não é o
local adequado para fechar o programa de governo de Lula.
"As diretrizes do programa já
foram aprovadas no último encontro e não tem sentido discutir
isso com 550 delegados."
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