São Paulo, sexta, 12 de junho de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Dornbusch já foi alvo de críticas de Malan
Economista criticou política cambial

Reuters - 29.jan.98
Rudiger Dornbusch, do MIT, que já fez críticas ao governo FHC


da Redação

O alemão naturalizado norte-americano Rudiger Dornbusch, 54, é um dos principais economistas contemporâneos. É doutor pela Universidade de Chicago (EUA) e professor, desde 1975, do conceituado Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
É também um notório estudioso de políticas internacionais de estabilização econômica, especializado na política econômica do Brasil. Ele foi casado com a economista brasileira Eliana Cardoso.
Foi professor do ex-ministro argentino Domingo Cavallo e dos brasileiros Pérsio Arida, ex-presidente do Banco Central, e André Lara Resende, presidente do BNDES.
Dornbusch protagonizou sucessivas polêmicas com a equipe econômica brasileira, ao afirmar que o câmbio do país estaria sobrevalorizado em relação ao dólar e ao defender a desvalorização do real.
Em junho de 96, durante a Conferência Monetária Internacional, em Sydney, na Austrália, o economista chegou a estimar em 40% a sobrevalorização do real. No ano passado, já na crise asiática, estimou a supervalorização em 25%.
Suas declarações causaram irritação em membros do governo, especialmente no ministro da Fazenda, Pedro Malan, que definiu como "resquício de subserviência cultural" o crédito que se dava às teorias de Dornbusch.
Malan foi irônico: "Ele diz que o câmbio está sobrevalorizado em 25%. No ano passado, falava em 40%. Se continuar assim, daqui a pouco não haverá mais sobrevalorização".
Em suas análises, Dornbusch compara a situação econômica brasileira com a do México, antes da crise cambial de 1994. Na época, o economista foi o primeiro a prever o desastre que viria com o câmbio mexicano supervalorizado.
Para o Brasil, receitava até o ano passado uma desvalorização do real de até 15%, mesmo com uma inflação "residual".
Durante o "crash global", em novembro passado, previu recessão no Brasil em 9 meses.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.