SANDRO LIMA
SÍLVIA FREIRE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso aproveitou o lançamento do provão do supletivo para se defender das críticas à política social de seu governo e destacar que, apesar de não estar de acordo com a corrupção, pelo menos agora ela é "menorzinha".
Segundo FHC, a descentralização dos recursos federais da educação contribuiu para a redução da corrupção no país. "Antes, isso [dinheiro para educação" era centralizado em Brasília. Acusava-se de haver muita corrupção graúda. Agora é descentralizado, é com o prefeito, tem a comunidade local que atua. Deverá haver corrupção também, mas é menorzinha, porque é descentralizado, pequeno. Não estou de acordo, não, mas pelo menos é um passo adiante."
O presidente ressaltou que, com a descentralização dos recursos, aumentou o controle da sociedade sobre o destino do dinheiro.
FHC disse que os críticos do governo deveriam olhar os números da área social e não ficar somente nesse "ramerrão" de que nada melhorou. Segundo o presidente, o esforço pelas conquistas não é só do governo, mas de toda a sociedade. Para ele, o correto seria apontar os erros do governo, mas admitir que alguma coisa foi feita.
"Tenho demonstrado minha revolta com aqueles que ficam se lamentando sem parar e que acham que tudo está indo para trás. Para trás o quê? É só ver o que o Brasil era e o que é hoje."
FHC disse que está "cansado de ouvir discursos e ler artigos" dizendo que o Brasil teve mais uma década perdida, que não avançou nada no social e que o governo só fez a estabilização econômica, "como se fosse pouco".
Ainda sobre as críticas que vem recebendo, FHC disse que não há programa nutricional no mundo que alimente todos os dias 36 milhões de pessoas, como no Brasil: "Isso no Brasil é todo dia, dá-se por banal", disse o presidente.



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