São Paulo, sexta-feira, 12 de julho de 2002

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NO AR

O tetracandidato evoluiu

NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA

- Parabéns pela grande representação da mulher brasileira.
Era Lula, para a musa da Copa, Fátima Bernardes, desconcertando a apresentadora do Jornal Nacional e tomando conta da cena.
O petista, em sua quarta campanha presidencial, está em casa diante de perguntas sobre a sua falta de "experiência administrativa". Sabe as respostas de cor, parece inabalável em sua segurança.
Até quando se aborda indiretamente a falta do saber escolar, quando se diz que outros "estudaram geografia, história", ele reage com bonomia.
Até a eventual corrupção em Santo André:
- Se tiver culpado, tem que ser punido.
Até as alianças inesperadas e heterodoxas com o PL ou Orestes Quércia:
- Não tem problema. A arte da política é conversar.
Até a velha defesa petista do calote da dívida externa. Aí, sorrindo, Lula diz que "o PT evoluiu" e pronto.
- Já em 98 a gente não falava mais disso.
Se alguém queria saber por que desta vez muitos acham que Lula tem mais chance, o Jornal Nacional mostrou.
 
José Serra faz o possível para escapar da armadilha do veto de FHC à intervenção no Espírito Santo. No JN, disse que foi um erro -do procurador-geral, não do presidente.
No site da Globo, lançou indireta contra Ciro e seus pefelistas recém-conquistados:
- Faço um apelo público ao PFL. Que não dê legenda ao senhor Gratz, suspeito de comando do narcotráfico.
Falava do presidente da Assembléia Legislativa capixaba, ao lado de sua vice capixaba. Faz o que pode.
De quebra, ainda no JN, reclamou do aumento do gás.
 
É preciso trazer Patrícia Pillar de volta, correndo.
Foi Ciro Gomes aparecer sozinho, sem a mediação da atriz, para sair pela TV chamando adversários de "verme" ou, ontem, "desonesto".
É como ele trata quem o compara a Collor.
Ciro soltou o insulto ao lado do ex-ministro collorido Antonio Cabrera, seu candidato em São Paulo, e da tropa de choque sindical de seu vice, Paulinho -a mesma que fez de Antonio Rogério Magri um ministro collorido.
Tropa que, segundo a rádio Bandeirantes, tumultuou o centro de São Paulo e levou comerciantes a fechar as portas com medo de arrastão.
Ciro culpou a imprensa.



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