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Assessor do presidente diz que Lula não é da Terceira Via e do "New PT"
MARIA LUIZA ABBOTT
DE LONDRES
O assessor especial da Presidência da República para Assuntos
Internacionais, Marco Aurélio
Garcia, rejeitou a comparação de
que o PT no governo está se transformando no "New PT", assim
como o Partido Trabalhista se tornou o New Labour no governo
Blair, ao se aproximar do centro.
"Não endosso essa percepção",
disse. "Acho que há uma tentativa
de muita gente de subir no carro
do PT e não o PT no carro deles".
Ele se recusou a discutir a evolução do Partido Trabalhista britânico, que optou por uma linha
mais de centro, garantindo a eleição do primeiro-ministro Tony
Blair em 1997 e a sua reeleição em
2001. "Como nós não gostaríamos
que os ingleses dessem palpites,
favoráveis ou não, sobre assuntos
internos do Brasil, para nós também é muito difícil opinar", disse.
Garcia negou que o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva faça parte da Terceira Via, a opção adotada por Blair, e que busca combinar economia de mercado com
preocupação social. Lula chega
hoje a Londres para participar da
reunião de cúpula de governantes
que apóiam a Terceira Via, rebatizada de reunião da governança
progressista. "Lula não foi e não é
da Terceira Via", disse Garcia.
Em artigo publicado ontem no
jornal "Financial Times", o sociólogo e teórico da Terceira Via, Anthony Giddens, afirma que Lula
"abandonou sua retórica de esquerda mais tradicional dos seus
dias iniciais em favor de uma posição que se parece muito de perto
com a dos partidos modernizantes da social-democracia na Europa". Mas o assessor de Lula rejeitou as semelhanças.
"O PT nasceu em um momento
de crise da social-democracia e de
crise aguda do comunismo. O PT
é pós-comunista e pós-social democracia", assegurou Garcia, que
integra o grupo inicial do partido.
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