São Paulo, terça-feira, 12 de julho de 2005

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Rateio de cargo é modelo vencido, diz Jorge Viana

ROGÉRIO PAGNAN
DA FOLHA RIBEIRÃO

A estratégia adotada pelo presidente Lula de dar três ministérios ao PMDB para atravessar a pior crise de seu governo não é eficiente, cria um governo dentro do governo e ainda pode resultar na criação de personagens como o deputado Roberto Jefferson.
Essa é a opinião do governador do Acre, Jorge Viana (PT), sondado pelo governo para assumir a pasta da Coordenação Política no lugar de Aldo Rebelo (PC do B). As declarações foram feitas ontem, em Ribeirão Preto (SP), onde o petista visitou empresários do setor sucroalcooleiro.
"Essa fórmula é necessária a curto prazo, mas não é eficiente." Segundo o governador, esse tipo de aliança em que o governo negocia cargos por apoio de partidos que têm perfil completamente diferente do PT está esgotado.
"Venceu a validade desse modelo. Funcionou na época do Fernando Henrique. Quando esse modelo funciona, você compromete o governo completamente, porque você dá um ministério inteiro para um partido e verticaliza o poder dele lá dentro. Aí você tem um governo dentro do governo. Quando ele não funciona, dá Roberto Jefferson."
Na visão do petista, o "caminho deveria ser outro". Uma das possibilidades seria abrir o leque de conversações e incluir até a oposição. Viana citou que o ex-vice-presidente Marco Maciel (PFL) deveria ter parte nessa discussão.
"Quem disse que de um bom diálogo com PSDB e PFL não pode sair apoio para a reforma política? Para mim, o Marco Maciel é grande especialista no tema. É do PFL, mas podia estar junto. A convite do próprio governo."
Ainda na opinião de Viana, o momento para o PT é de "apreensão", mas o partido começou a "acertar o passo" no último fim de semana, ao trocar a cúpula.
Para o governador, o principal erro do partido foi querer manter sua luta pelo poder quando deveria governar. "O PT está usando as mesmas metodologias que a gente usava quando não tinha a responsabilidade de governar o Brasil. Estávamos na oposição, tínhamos tempo de sobra."


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