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Rateio de cargo é modelo
vencido, diz Jorge Viana
ROGÉRIO PAGNAN
DA FOLHA RIBEIRÃO
A estratégia adotada pelo presidente Lula de dar três ministérios
ao PMDB para atravessar a pior
crise de seu governo não é eficiente, cria um governo dentro do governo e ainda pode resultar na
criação de personagens como o
deputado Roberto Jefferson.
Essa é a opinião do governador
do Acre, Jorge Viana (PT), sondado pelo governo para assumir a
pasta da Coordenação Política no
lugar de Aldo Rebelo (PC do B).
As declarações foram feitas ontem, em Ribeirão Preto (SP), onde
o petista visitou empresários do
setor sucroalcooleiro.
"Essa fórmula é necessária a
curto prazo, mas não é eficiente."
Segundo o governador, esse tipo
de aliança em que o governo negocia cargos por apoio de partidos que têm perfil completamente diferente do PT está esgotado.
"Venceu a validade desse modelo. Funcionou na época do Fernando Henrique. Quando esse
modelo funciona, você compromete o governo completamente,
porque você dá um ministério inteiro para um partido e verticaliza
o poder dele lá dentro. Aí você
tem um governo dentro do governo. Quando ele não funciona, dá
Roberto Jefferson."
Na visão do petista, o "caminho
deveria ser outro". Uma das possibilidades seria abrir o leque de
conversações e incluir até a oposição. Viana citou que o ex-vice-presidente Marco Maciel (PFL)
deveria ter parte nessa discussão.
"Quem disse que de um bom
diálogo com PSDB e PFL não pode sair apoio para a reforma política? Para mim, o Marco Maciel é
grande especialista no tema. É do
PFL, mas podia estar junto. A
convite do próprio governo."
Ainda na opinião de Viana, o
momento para o PT é de "apreensão", mas o partido começou a
"acertar o passo" no último fim
de semana, ao trocar a cúpula.
Para o governador, o principal
erro do partido foi querer manter
sua luta pelo poder quando deveria governar. "O PT está usando
as mesmas metodologias que a
gente usava quando não tinha a
responsabilidade de governar o
Brasil. Estávamos na oposição, tínhamos tempo de sobra."
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