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Esquerda do PT não reage bem a opção por Tarso
DA REPORTAGEM LOCAL
As duas principais correntes de
esquerda do PT reagiram no mínimo mal ao processo de escolha
do novo presidente do partido, o
ministro Tarso Genro. Seu nome
foi indicado pelo Campo Majoritário, que comanda o partido.
Representante da Articulação
de Esquerda na Executiva Nacional, o vice-presidente Valter Pomar não reclamou só da forma da
escolha, mas também do perfil do
indicado. Ele lembra que Tarso é
um teórico da centro-esquerda.
"Não temos simpatia político-ideológica por ele", disse Pomar,
acrescentando que a Articulação
só não votou contra sua nomeação para não aguçar a crise.
"Andam plantando que ele tem
trânsito na esquerda. Não sei como ele dirige. Mas, entre nós,
não", acrescentou.
A AE é a segunda maior força
do partido, de acordo com a eleição de 2001. O secretário de Formação Política do PT, Joaquim
Soariano - da Democracia Socialista - diz que há um problema de origem. "Eles se reuniram à
parte, decidiram e comunicaram.
A origem compromete as propostas apresentadas pelo presidente."
Tarso reconhece que procedimentos internos do partido devam ser revistos. Mas reage às críticas. "Não penso que a esquerda
tenha renovado suficientemente
as suas categorias teóricas e visão
de mundo para impor pontos de
vista absolutamente unilaterais."
Quanto a Pomar, diz: "Talvez
ele entenda como trânsito só
quem seja da corrente dele".
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