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Indústria de tapetes fatura R$ 8 mi
da Agência Folha, na Bahia
Na região do sisal na Bahia, a
organização comunitária foi estimulada com a construção de
cisternas e a distribuição de matrizes de cabras e ovelhas. Lá,
proprietários de 4 ha a 50 ha de
caatinga administram cooperativas de crédito, um laticínio e
uma indústria de tapetes de sisal
que fatura R$ 8 milhões por ano.
Isso começou a acontecer há 18
anos, quando o MOC (Movimento de Organização Comunitária), uma ONG que atua em 53
municípios do sertão baiano,
iniciou sua atuação na região.
Hoje, a organização dos pequenos agricultores, reunidos
em associações chamadas de
Apaeb (Associação dos Pequenos Agricultores do Estado da
Bahia), consegue parcerias com
programas oficiais.
Em Valente (270 km de Salvador), os 250 produtores da
Apaeb local conseguiram financiamento do Banco do Nordeste
para instalar uma indústria e hoje são responsáveis por 33% das
exportações de tapetes de sisal
do país. Têm até loja na Europa.
A fábrica, que emprega 423 filhos de produtores de sisal com
salário médio de R$ 220, levou a
uma melhoria na vida dos produtores de sisal, que vendiam o
produto por R$ 420 a tonelada e,
com a fábrica, conseguem fazer
R$ 6.000 com cada tonelada.
O produtor de sisal Osânio
Francisco do Nascimento, 61, é
um exemplo de que há melhora
na condição de vida local.
"Trabalhei de sol a sol no sisal a
vida toda. Só agora consegui ter
energia solar, uma TV, uma moto e uma cisterna, que me dá
água boa o ano todo", afirmou.
Em Valente e Araci, mais de
900 cisternas foram construídas
e 521 produtores possuem energia solar e rebanhos de cabras e
ovelhas. A Apaeb desses municípios financia as benfeitorias, que
são pagas em quilos de carne de
bode e em prestações anuais.
Campo Alegre de Lurdes obtém economia anual de R$ 247,5
mil, equivalente à receita mensal
da prefeitura, por ter construído
1.650 cisternas -que facilitam a
vida das mulheres e das crianças,
responsáveis pelo abastecimento de água da casa.
(AC)
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