São Paulo, Segunda-feira, 12 de Julho de 1999
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OUTRA VISÃO

"Comércio começa legal e acaba ilegal"

da Reportagem Local

Revólveres e pistolas vendidos legalmente acabam virando uma importante fonte de suprimento para os marginais, por isso o comércio de armas deveria ser proibido. A opinião é de Rubem César Fernandes, secretário-executivo do Viva Rio, um movimento pacifista do Rio de Janeiro.
Embora os fuzis AR-15 e AK-47 levem a fama, 78% das armas apreendidas pela polícia são revólveres e pistolas em sua maioria fabricados no Brasil, de acordo com pesquisa do Viva Rio.
Os bandidos reforçam seu arsenal roubando as armas de suas vítimas e muitas vezes as compram clandestinamente nas lojas.
"O comércio de armas começa legal e acaba ilegal", afirma Fernandes.
O secretário-executivo do Viva Rio diz também que parte das armas que os fabricantes brasileiros exportam para o Paraguai acaba nas mãos de negociantes que abastecem o submundo do crime no Brasil.
"O projeto do governo precisaria ir mais longe, controlando melhor o comércio de armas na fronteira do país", afirma Fernandes.
O argumento de que a arma é apenas um meio de defesa contra o crime, na opinião de Fernandes, é falso. E a presença de um comércio autorizado para a venda de armas seria um fator de estímulo à violência.
"As pessoas estão se armando e se expondo a riscos enormes. Há cada vez mais gente usando arma para resolver seus conflitos", afirma Fernandes.


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