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Procuradores querem acelerar rastreamento
JULIA DUALIBI
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério Público Federal espera que, após o depoimento
prestado por cinco procuradores
da República ao Senado, seja acelerado o rastreamento dos recursos desviados da construção do
Fórum Trabalhista de São Paulo.
O pedido de rastreamento das
ordens bancárias feitas pela construtora Incal, responsável pela
obra, foi feito há um ano e oito
meses e, segundo os procuradores da República, os dados são insuficientes para que a investigação prossiga.
"Para que o Ministério Público
Federal consiga a prova do desvio
de verbas da obra do TRT e descubra quem foi beneficiado, é necessário que siga o caminho dos
recursos. Isso só será possível
com o rastreamento das ordens
bancárias", afirmou a procuradora Isabel Groba.
O presidente da subcomissão, o
senador Renan Calheiros
(PMDB-AL), prometeu anteontem ir pessoalmente ao Banco
Central para tentar agilizar o fornecimento completo das ordens
bancárias em favor da Incal.
Os procuradores afirmaram
que o dinheiro, ao ser depositado
na conta da construtora Incal, no
Banco do Brasil, passava por várias transferências.
"Os recursos eram transferidos
imediatamente para a conta da
Incal Incorporação, do Banco Cidade. Em seguida, eram distribuídos para diversas contas de empresas do grupo Monteiro de Barros no Banco Cidade e em outros
bancos, como o Itaú e o Safra",
disse Isabel.
Segundo o procurador da República Luiz Francisco, o Banco
Cidade seria o maior beneficiário
das ordens bancárias emitidas pela construtora Incal. Segundo
apurações da CPI do Judiciário,
só em junho de 92, a Incal depositou cerca de US$ 3 milhões em
contas do Banco Cidade provenientes de uma ordem de pagamento de US$ 4,8 milhões daquele mês.
A primeira quebra de sigilo
bancário da construtora Incal,
com extensão aos beneficiários
dos recursos provenientes do
TRT, foi feita em 1998. Segundo a
procuradora, o rastreamento das
primeiras oito ordens bancárias
foi entregue ao Ministério Público
Federal apenas há dois meses.
No dia 18 de julho deste ano, o
Banco Central enviou outras 34
ordens bancárias.
"Ao examinar essas ordens bancárias, o Ministério Público Federal detectou que, muitas vezes, o
rastreamento paralisava dentro
ainda do grupo Monteiro de Barros. São incompletas e limitam a
nossa investigação", afirmou Isabel Groba.
Segundo a Procuradoria, nas
ordens bancárias enviadas pelo
BC não há o beneficiário final dos
recursos, limitando-se, muitas vezes, a citar o nome do banco beneficiado, mas não o nome do titular
da conta. "É um rastreamento
inexplicável", disse Isabel.
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