|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SEM-TETO
Polícia revista acampamento de movimento
PEDRO DANTAS
DA SUCURSAL DO RIO
No dia seguinte ao protesto do
MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) no supermercado Bon Marché, na Barra da Tijuca (zona sul da cidade), policiais
do Regimento de Polícia Montada de Campo Grande fizeram
uma incursão no acampamento
Araguaia, onde vivem 350 famílias de sem-teto.
De acordo com um policial, tratava-se de um "policiamento de
rotina", pois a área seria centro de
uma disputa entre traficantes do
Comando Vermelho e do Terceiro Comando, que reivindicam os
pontos tomados recentemente
pelas facções rivais.
"Vocês estão entrando em área
de alto risco, muitos barracos tem
fuzis escondidos e ocorrem tiroteios em plena luz do dia", disse o
policial militar que se identificou
como sargento Abel para a equipe
da Folha.
O terreno ocupado pelo MTST
pertence à prefeitura e fica em
frente a um conjunto habitacional
com 1.500 apartamentos.
"Estamos em vivendo em área
de fogo cruzado", afirmou a coordenadora do MTST, Paula Inagaki Ferreira, 23, que, segundo os
moradores, foi procurada pela
manhã por policiais à paisana.
A assessoria da Secretaria de Segurança Pública disse que as revistas são rotineiras e que os militantes do MTST tem acesso direto
ao subsecretário de Segurança,
coronel Lenine de Freitas.
Em recente estudo, a Secretaria
de Segurança Pública divulgou
que zona oeste da cidade é área
prioritária de atuação devido ao
número elevado de homicídios.
Ontem, devido aos engarrafamentos causados pela forte chuva
que atingiu a cidade, não houve o
encontro entre o governador Anthony Garotinho e o MTST que
havia sido agendado anteontem.
Na hora marcada, às 9h30, apenas o líder Erick Vermelho estava
no Palácio Guanabara. Ele se recusou a negociar sem a presença
dos outros coordenadores do
movimento. Um novo encontro
foi marcado para quarta, às 17h.
"Não vou negociar sem os outros coordenadores dos outros
acampamentos porque a fome é
um problema de todas as famílias", disse Erick, que acusa o governo de fornecer apenas 250 cestas básicas para as 650 famílias
dos acampamentos Araguaia e
Nova Canudos, em Nova Iguaçu
(Baixada Fluminense).
Texto Anterior: Congresso foi visto por 107 estrangeiros Próximo Texto: Rumo a 2002: Covas rejeita antecipar candidato aliado Índice
|