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FOLHA ELEIÇÕES 2000
SÃO PAULO
Filósofo, "mentor" de Ciro Gomes, encontra-se com petista e faz propostas para áreas de educação, segurança, emprego e transporte
Mangabeira diz ter "simpatia" por Marta e se recusa a declarar apoio a Erundina
FÁBIO ZANINI
DA REPORTAGEM LOCAL
O filósofo Roberto Mangabeira
Unger recusou-se ontem a declarar apoio à candidatura de Luiza
Erundina (PSB) à prefeitura paulistana, sustentada por seu partido, o PPS.
Em compensação, Mangabeira
disse que vê com "simpatia" a
candidata de sua "grande amiga"
Marta Suplicy (PT), que visitou
ontem de manhã. Durante duas
horas, ele conversou com Marta,
na casa dela, sobre "o futuro de
São Paulo e do país".
"Não declaro meu voto", afirmou Mangabeira, ao ser questionado se apoiava Erundina, cujo
companheiro de chapa, Emerson
Kapaz, é filiado ao PPS. "Não quero criar constrangimentos", afirmou.
Mangabeira, professor da universidade de Harvard (EUA), é
considerado "mentor intelectual"
de Ciro Gomes, candidato do PPS
à Presidência, em 2002.
O filósofo tentou ser o candidato do PPS à prefeitura, mas teve de
rever sua pretensão porque o partido preferiu se aliar a Erundina.
Desde então, nem Mangabeira
nem Ciro escondem sua antipatia
pela candidatura da ex-prefeita.
A reunião foi em substituição a
um evento do qual ele participaria
no Instituto Florestan Fernandes,
presidido por Marta.
A Folha apurou que o filósofo
foi pressionado por lideranças do
PPS, inclusive Ciro, a recuar e trocar a palestra, que teria caráter
político, por uma conversa.
"Decidi vir à casa de uma amiga
de anos, dentro de meu compromisso de respeitar o meu partido.
Não quero tomar iniciativa que
nem de leve afronte a decisão partidária", afirmou o filósofo.
Durante a conversa, Mangabeira diz ter feito propostas a Marta
em áreas como educação, segurança, emprego e transporte.
A candidata diz ter ficado "encantada" com as sugestões. "Ele
(Mangabeira) tem idéias inovadoras e antenas para o mundo.
Não é do rame-rame da política."
Marta disse que quer que Mangabeira a ajude na prefeitura, se
eleita. O filósofo aceitou a proposta: "Se ela vier a ser prefeita, farei
tudo o que puder para ajudar."
Entre os "temas nacionais", a
eleição presidencial predominou.
Mangabeira e Marta disseram
achar "difícil" a existência de uma
chapa única dos dois partidos em
2002, mas defenderam a cooperação em um eventual governo.
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