São Paulo, sábado, 12 de agosto de 2000


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FOLHA ELEIÇÕES 2000

SÃO PAULO
Filósofo, "mentor" de Ciro Gomes, encontra-se com petista e faz propostas para áreas de educação, segurança, emprego e transporte
Mangabeira diz ter "simpatia" por Marta e se recusa a declarar apoio a Erundina

FÁBIO ZANINI
DA REPORTAGEM LOCAL

O filósofo Roberto Mangabeira Unger recusou-se ontem a declarar apoio à candidatura de Luiza Erundina (PSB) à prefeitura paulistana, sustentada por seu partido, o PPS.
Em compensação, Mangabeira disse que vê com "simpatia" a candidata de sua "grande amiga" Marta Suplicy (PT), que visitou ontem de manhã. Durante duas horas, ele conversou com Marta, na casa dela, sobre "o futuro de São Paulo e do país".
"Não declaro meu voto", afirmou Mangabeira, ao ser questionado se apoiava Erundina, cujo companheiro de chapa, Emerson Kapaz, é filiado ao PPS. "Não quero criar constrangimentos", afirmou.
Mangabeira, professor da universidade de Harvard (EUA), é considerado "mentor intelectual" de Ciro Gomes, candidato do PPS à Presidência, em 2002.
O filósofo tentou ser o candidato do PPS à prefeitura, mas teve de rever sua pretensão porque o partido preferiu se aliar a Erundina. Desde então, nem Mangabeira nem Ciro escondem sua antipatia pela candidatura da ex-prefeita.
A reunião foi em substituição a um evento do qual ele participaria no Instituto Florestan Fernandes, presidido por Marta.
A Folha apurou que o filósofo foi pressionado por lideranças do PPS, inclusive Ciro, a recuar e trocar a palestra, que teria caráter político, por uma conversa.
"Decidi vir à casa de uma amiga de anos, dentro de meu compromisso de respeitar o meu partido. Não quero tomar iniciativa que nem de leve afronte a decisão partidária", afirmou o filósofo.
Durante a conversa, Mangabeira diz ter feito propostas a Marta em áreas como educação, segurança, emprego e transporte.
A candidata diz ter ficado "encantada" com as sugestões. "Ele (Mangabeira) tem idéias inovadoras e antenas para o mundo. Não é do rame-rame da política."
Marta disse que quer que Mangabeira a ajude na prefeitura, se eleita. O filósofo aceitou a proposta: "Se ela vier a ser prefeita, farei tudo o que puder para ajudar."
Entre os "temas nacionais", a eleição presidencial predominou. Mangabeira e Marta disseram achar "difícil" a existência de uma chapa única dos dois partidos em 2002, mas defenderam a cooperação em um eventual governo.


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