São Paulo, domingo, 12 de agosto de 2001

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Rejeição ao PT é histórica, mas já foi maior

DA REDAÇÃO

A resistência dos empresários ao PT contribuiu para a derrota de Lula nas últimas três eleições presidenciais, mas o apoio às candidaturas de Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso não teve o mesmo significado: o mercado só aderiu a Collor para impedir uma vitória petista, enquanto FHC foi, desde o início, o candidato preferido do empresariado.
Em 1989, a maioria dos empresários hesitava bastante em apoiar Collor, mas, com a polarização com Lula, houve uma adesão em massa ao candidato do PRN. Um exemplo foi a declaração do presidente da Fiesp na época, Mario Amato, sobre eventual vitória de Lula: "Lá [em Portugal", cerca de 80 mil empresários saíram do país. Aqui no Brasil, uns 800 mil terão que ir para outro lugar".
Já em 1994, FHC, então ministro da Fazenda, logo surgiu como o nome ideal da elite, obrigando outros postulantes, como Paulo Maluf e Antonio Carlos Magalhães, a desistir do pleito. Pesquisa Datafolha em junho daquele ano revelou que FHC tinha o apoio de 65% deles, contra 5% de Esperidião Amin (PPR) e 4% de Lula.
Apesar disso, 40% acreditavam que o petista seria melhor do que Collor. Na época, Mario Amato já havia mudado de opinião: "O empresariado está vendo que o Lula caminha para a direita até com uma velocidade grande".
FHC continuou sendo o preferido do empresariado em 1998. Uma pesquisa feita em outubro entre integrantes do Pensamento Nacional das Bases Empresariais revelou que 77,4% pretendiam votar em FHC, 9,9%, em Ciro Gomes (PPS), e 8,1%, em Lula. A rejeição ao PT já tinha caído bastante, mas não havia revertido em apoio eleitoral. Ou, como dizia o mesmo Amato, em junho de 1998: "Lula é um homem de grande valor, mas para presidente não dá".



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