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FMI
Acordo forçará União a cortar gastos sociais
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As metas fiscais acertadas com o
FMI (Fundo Monetário Internacional) dificilmente pouparão os
gastos do governo na área social,
contrariando o compromisso assumido pela equipe econômica
quando anunciou o novo acordo.
Apesar de o Orçamento de 2001
prever despesas de R$ 252 bilhões, o espaço para cortes está
em torno de apenas R$ 10 bilhões.
Assim mesmo, isso significaria o
governo parar de investir. Segundo a assessoria do ministro Martus Tavares (Planejamento), o
que pode ser cortado são os investimentos do governo e gastos com
manutenção da máquina pública.
Para preservar a área social, o
governo teria de manter intacta
uma fatia de R$ 28 bilhões destinados aos gastos de custeio e investimento nos ministérios da
Saúde e da Educação. As duas
pastas consomem mais da metade dos investimentos e gastos
com manutenção da máquina
previstos para 2002. Pelos critérios do governo, os investimentos
vão desde a construção de hospitais à compra de computadores.
Entre as despesas na área social
que não podem ser cortadas estão
o pagamento aos aposentados, os
gastos com benefícios a idosos e
deficientes e o Fundef.
As metas fiscais acertadas com
o Fundo Monetário Internacional
pressupõem um corte de despesas de R$ 3,2 bilhões em 2002.
O corte poderá chegar a R$ 4,6
bilhões, se a emenda que cria a
contribuição previdenciária dos
servidores inativos não for aprovada. Além de contar com pouco
espaço para manobras, o governo
também enfrentará a pressão por
mais gastos por causa da eleição.
Entre as principais fontes de pressão estão o reajuste salarial do
funcionalismo e a correção da tabela do Imposto de Renda.
Do restante do Orçamento de
R$ 252 bilhões, mais de R$ 120 bilhões são gastos para pagamento
de pessoal e benefícios da Previdência. Portanto, são intocáveis.
Uma outra parcela é transferida
para Estados e municípios e ainda
existem os subsídios e a cobertura
dos déficits de caixa da Previdência Social e do Banco Central.
Além disso, o governo tem aumentado seus gastos nos finais de
ano por causa da pressão dos ministérios por mais recursos.
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