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São Paulo, terça-feira, 12 de agosto de 2003

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IMPRENSA

Relatório cita mortes de jornalistas e processos judiciais

ANJ aponta "abalo" na liberdade de imprensa no Brasil no último ano

DA REPORTAGEM LOCAL

A ANJ (Associação Nacional de Jornais) apontou ontem "um sério abalo" na liberdade de imprensa no país ocorrido no período de agosto do ano passado a agosto de 2003.
A conclusão faz parte do relatório anual sobre liberdade de imprensa no Brasil, apresentado durante o 4º Congresso Brasileiro de Jornais e 2º Fórum de Editores, promovidos pela entidade. Os debates e palestras aconteceram ontem e terminam hoje no hotel Gran Meliá, em São Paulo.
Segundo o relatório, houve no período "sucessivas tentativas de bloquear, dificultar ou impedir o acesso de todos à informação e de intimidar a livre publicação", não só por agressões e ameaças a jornalistas como também pelo crescente número de casos de censura prévia a jornais e de processos contra jornalistas.
Foram registrados cinco casos de agressão contra jornalistas no exercício da profissão, cinco casos de censura prévia a jornais e três assassinatos de profissionais de imprensa por motivos vinculados a sua atividade profissional.
Aí incluída a do jornalista da Rede Globo Tim Lopes, dois meses antes do período abordado, em junho de 2002. Além dele, foram mortos Sávio Brandão, proprietário da "Folha do Estado", de Mato Grosso, e o repórter-fotográfico Luiz Antônio da Costa. "Três vértices da notícia foram feridos de morte: quem narra o fato, quem cuida do negócio e quem faz a imagem", diz o relatório.
Também foram destacados um caso de ameaça e processos contra jornalistas. Sobre os processos, diz o documento: "Muitos julgamentos em primeira instância desconheceram que a imprensa livre deve exercer a crítica e que alegações de dano à moral que visam tão-somente impedir o exercício da liberdade de expressão não podem ter amparo em juízo".
O diretor do Comitê de Liberdade de Expressão da ANJ, Marcelo Beraba (diretor da Sucursal do Rio da Folha), afirmou que ocorreram, no período que antecedeu as eleições de 2002, "inúmeras ações" para "obstruir o trabalho da imprensa". "O recurso das medidas liminares foi amplamente utilizado para impedir que informações relevantes chegassem aos nossos leitores e eleitores." (RC)


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