São Paulo, sexta-feira, 12 de agosto de 2005

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ECOS DE 92

No Sul, 2.000 estudantes entoam gritos contra o governo, mas sem pedir a saída do presidente

Novos caras-pintadas saem às ruas contra Lula e a corrupção

DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Cerca de 2.000 pessoas protestaram na manhã de ontem contra a corrupção no Brasil e no governo Lula, em um ato que percorreu o centro de Porto Alegre durante três horas.
Os estudantes da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) pintaram seus rostos com as cores verde e amarela e disseram representar o retorno dos ""caras-pintadas", contra os corruptos em geral e o atual governo federal -que, segundo eles, manteve sistema de corrupção tradicional no país.
"A passeata teve como eixo a luta contra a corrupção e contra o governo que implementa esse modelo. Não chegamos a gritar "fora Lula", mas havia um pouco desse sentimento, sim", disse Vicente Ribeiro, 21, estudante de história e um dos organizadores da manifestação. "Queremos o fim da corrupção e dos corruptos, e é evidente que este governo os alimenta."
Os principais gritos dos estudantes foram: ""Não tem dinheiro para a educação, mas tem dinheiro para pagar o mensalão"; "Ô Lula, já deu para ver, o teu governo é igual ao de FHC"; "Ô Lula, que traição, tira do povo para pagar o mensalão" e ""PT pagou com mensalão a direita que lhe deu a mão".
"Não gritamos "fora Lula" porque o que queremos é que caiam fora todos os corruptos. A população tem de se organizar para punir todos os corruptos. Temos de averiguar para ver qual o grau de comprometimento do presidente Lula. Só o modelo econômico já ajuda a ocorrer o que ocorreu", disse a estudante de biblioteconomia Fernanda Melchionna, 21.
Ao sair da Praça Argentina, no centro da cidade, os manifestantes provocaram transtornos no trânsito. Mesmo assim, não houve gestos de hostilidade, o que mostrou a boa receptividade da população para o ato. De alguns carros e transeuntes, partiram aplausos e acompanhamentos às frases.
O grupo passou pelas avenidas Salgado Filho e Borges de Medeiros até chegar à Loureiro da Silva, todas no centro da cidade.
A manifestação começou às 8h45 e se encerrou às 12h. Em frente ao prédio da Receita Federal, os estudantes realizaram um ato público.
(LÉO GERCHMANN)


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