|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Doleiro nega ter feito remessa para o exterior
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O doleiro Jader Kalid Antônio,
45, disse que um dos bancos
apontados como depositantes na
conta de Duda Mendonça na offshore Dusseldorf Company Ltda.,
o Bac Florida Bank, "opera no
mercado de Belo Horizonte". No
mercado paralelo de câmbio, isso
significa que o Bac Florida possui
contas de doleiros que fazem remessas ilegais para o exterior.
Kalid disse que, se a CPI quiser
"apurar a verdade", é só verificar
qual foi a conta do Bac Florida
que depositou para Duda. Ele sustentava que não foi o responsável
pelas remessas, que segundo Duda são de R$ 10,5 milhões. Segundo o publicitário, além do Bac, os
bancos Rural Europa S/A e Israel
Discount Bank, além da offshore
Trade Link, que pertenceria ao
Rural, também depositaram na
conta da Dusseldorf.
Segundo Kalid, a peça-chave
para se descobrir o responsável
pelas remessas é o policial David
Rodrigues Alves, que afirmou ter
sido apresentado pelo também
doleiro Haroldo Bicalho e Silva a
Cristiano Paz, sócio de Marcos
Valério, para sacar para a empresa. Alves sacou R$ 4,9 milhões.
Bicalho, preso pela PF, operava
a subconta Lonton na offshore
Beacon Hill. Na conta dele, o Rural operou para várias offshores
do banco, como a Trade Link, de
que o banco nega ser proprietário.
Documentos obtidos pela Folha, porém, mostram que a Trade
Link tinha como um dos diretores
Sabino Correa Rabello, ex-presidente do Rural e já falecido.
Ontem, Valério distribuiu nota
em que diz que os valores pagos a
Duda foram entregues ao "consultor financeiro Jader [Kalid], seguindo instruções de Duda e Zilmar". Kalid disse estar "surpreso
com as novas informações".
(JOSÉ MASCHIO E PAULO PEIXOTO)
Texto Anterior: Escândalo do "mensalão"/Choque de versões: Valério volta a CPI e diz que Duda mente Próximo Texto: Escândalo do "mensalão"/A visão da igreja: Presidente da CNBB cobra explicação de Lula Índice
|