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São Paulo, sexta-feira, 12 de setembro de 2003

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PAINEL

Tucanos em choque
Descontentes com o resultado da reforma tributária, os tucanos Lúcio Alcântara (CE), Simão Jatene (PA) e Cássio Cunha Lima (PB) procuraram Antonio Palocci e José Dirceu. Reclamaram que o projeto beneficia apenas SP e prometeram trabalhar para modificá-lo no Senado.

Mais calmante
Palocci prometeu aos governadores resolver os problemas da reforma no Senado e disse que o importante era aprová-la rápido na Câmara. E fez um aceno a Lúcio Alcântara: "Você é nosso amigo, nos ajuda muito. Também iremos ajudá-lo".

Fio do bigode
No acordo fechado com o PSDB para votar os destaques do primeiro turno da reforma tributária, Lula privilegiou o governador Geraldo Alckmin (SP) porque o julgou mais leal do que Aécio Neves (MG) na votação da semana passada.

Bastidor federal
Apesar de ter criticado o texto final, foi Alckmin quem convenceu os colegas tucanos a levantar o veto de suas bancadas. Aécio soube e acompanhou o movimento para não ficar isolado. Apesar disso, o mineiro se vendeu em público como vencedor.

Estômago vazio
Ricardo Berzoini (Previdência) ficou até a 1h de ontem em sabatina no Senado e teve de faltar a jantar na casa de Ney Suassuna (PMDB-PB), do qual era o convidado principal. "Pensei em mandar uma quentinha para o senhor", ironizou o senador. "Teria sido ótimo. Eu adoro camarão", rebateu o ministro.

Ruído na comunicação
A diretoria do Comitê de Imprensa do Planalto, que representa os interesses dos jornalistas, entregou ontem sua renúncia coletiva. Alegou incompatibilidade de relacionamento com o secretário de imprensa de Lula, Ricardo Kotscho.

Tentativa de drible
Enquanto Marta Suplicy (PT) circulava ontem por Buenos Aires, a sua assessoria distribuía informes à imprensa dizendo que a prefeita paulistana despachava em seu gabinete. Apenas no final do dia, após questionamento da Folha, deu nova explicação: "houve um erro".

Samba discreto
Marta viajou para a Argentina a fim de participar da abertura do evento cultural "Noches Brasileñas", além de outras atividades "do interesse da administração". À noite, o site da prefeitura paulistana continuava informando que sua agenda resumira-se a "despachos internos".

Timing político
César Maia (RJ) disse a Antonio Imbassahy (BA) que ficou com medo de reajustar as tarifas de ônibus da capital após os protestos de estudantes em Salvador. "O que você enfrentou me serviu de lição. Aumento, agora, só em dezembro", disse Maia.

Sem mágoa
Em tom de reconciliação, Lula homenageará com medalhas as atrizes Regina Duarte e Marília Pera no Dia Nacional da Ciência e Cultura (5 de novembro). No ano passado, a primeira disse que tinha "medo" da candidatura do petista. Em 1989, Marília Pera preferiu apoiar Collor.

Mundo das letras
Olavo Drummond, ex-ministro do Tribunal de Contas da União, lançará no dia 15 de setembro na Casa Fasano, em São Paulo, o livro de contos "O vendedor de estrelas".

Visita à Folha
Francisco Padinha, CEO da Vivo (Chief Executive Officer, principal executivo da empresa), visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Elisa Prado, diretora de Comunicação da Vivo, e de Paulo Figueiredo, diretor da A4 Comunicação.

TIROTEIO

Do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), reclamando da inclusão do Rio de Janeiro e de Minas Gerais no Fundo de Desenvolvimento Regional, inicialmente previsto para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste:
-Agora, o Nordeste chegou às areias de Ipanema, Copacabana e Leblon.

CONTRAPONTO

Organização presidencial

Na tarde da última quarta-feira, Lula recebeu em seu gabinete representantes da Associação Brasileira das ONGs (organizações não-governamentais).
Perante Luiz Dulci (Secretaria Geral) e o assessor especial da Presidência, Oded Grajew, Lula ouviu reivindicações para que crie regras que favoreçam o acesso das ONGs a recursos públicos em programas sociais.
O presidente anotou detalhes dos pedidos em seu bloquinho e disse que, por envolver diversos ministérios, a questão ficaria centralizada com Dulci.
O ministro ficará responsável por elaborar uma proposta que reduza a burocracia e facilite o acesso das organizações a verbas públicas.
Ao explicar o motivo de sua decisão, Lula afirmou que preferia ter apenas um gestor nesse assunto. E disparou:
-É que cachorro que tem muito dono fica sem comer.


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