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NO GOGÓ
Ministro utiliza carro de som para pedir aos funcionários dos Correios que aceitem acordo
Miro discursa em "palanque" de grevistas
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Miro Teixeira (Comunicações) subiu ontem, por
duas vezes, no carro de som do
Sintect (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos
do Distrito Federal e Região do
Entorno), durante protesto realizado diante do ministério. Na
segunda vez, ele foi acompanhado pelos deputados Babá (PA) e
Luciana Genro (RS), que sofrem
processo de expulsão do PT.
Na primeira vez que subiu no
carro de som, Miro disse que o
governo tinha a responsabilidade de "manter a empresa [Correios] equilibrada para resistir às
tentativas de quebra de monopólio e privatização". Disse aos
cerca de 200 funcionários dos
Correios que estavam no ato que
tentaria chegar a um acordo para pôr fim à greve por aumento
salarial, que começou ontem.
O sindicato pede aumento médio de 69% e elevação do piso salarial de R$ 395 para R$ 1.500. Os
Correios ofereceram aumentos
que variam de 9,2% a 20%.
"Se Deus quiser, vamos ter
bom senso e chegar a um acordo, de tal maneira que o trabalhador avance", discursou. Segundo ele, isso ia ser feito para
demonstrar que neste governo
"a democracia é uma prática".
Após o discurso, o ministro recebeu representantes dos sindicalistas e o presidente dos Correios, Airton Dipp. Às 17h30, o
carro de som anunciou que não
houve acordo. Até a conclusão
desta edição, no entanto, a assessoria do ministério informava
que a reunião ainda prosseguia.
O ministro disse que resolveu
discursar porque viu o carro de
som ao voltar de uma reunião no
Planalto. "Eu gosto é disso aqui
[do carro de som]", disse Miro
aos jornalistas ao entrar no ministério. Ele entrou no prédio e,
em menos de meia hora, voltou
para discursar no carro de som.
Nessa ocasião, subiu acompanhado por Babá e Luciana Genro. Eles só discursaram quando
Miro desceu. "Não somos radicais, somos coerentes", disse Babá aos funcionários: "Vamos ser
expulsos por ter sido coerentes".
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