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São Paulo, sexta-feira, 12 de setembro de 2003

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NO GOGÓ

Ministro utiliza carro de som para pedir aos funcionários dos Correios que aceitem acordo

Miro discursa em "palanque" de grevistas

HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Miro Teixeira (Comunicações) subiu ontem, por duas vezes, no carro de som do Sintect (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos do Distrito Federal e Região do Entorno), durante protesto realizado diante do ministério. Na segunda vez, ele foi acompanhado pelos deputados Babá (PA) e Luciana Genro (RS), que sofrem processo de expulsão do PT.
Na primeira vez que subiu no carro de som, Miro disse que o governo tinha a responsabilidade de "manter a empresa [Correios] equilibrada para resistir às tentativas de quebra de monopólio e privatização". Disse aos cerca de 200 funcionários dos Correios que estavam no ato que tentaria chegar a um acordo para pôr fim à greve por aumento salarial, que começou ontem.
O sindicato pede aumento médio de 69% e elevação do piso salarial de R$ 395 para R$ 1.500. Os Correios ofereceram aumentos que variam de 9,2% a 20%.
"Se Deus quiser, vamos ter bom senso e chegar a um acordo, de tal maneira que o trabalhador avance", discursou. Segundo ele, isso ia ser feito para demonstrar que neste governo "a democracia é uma prática".
Após o discurso, o ministro recebeu representantes dos sindicalistas e o presidente dos Correios, Airton Dipp. Às 17h30, o carro de som anunciou que não houve acordo. Até a conclusão desta edição, no entanto, a assessoria do ministério informava que a reunião ainda prosseguia.
O ministro disse que resolveu discursar porque viu o carro de som ao voltar de uma reunião no Planalto. "Eu gosto é disso aqui [do carro de som]", disse Miro aos jornalistas ao entrar no ministério. Ele entrou no prédio e, em menos de meia hora, voltou para discursar no carro de som. Nessa ocasião, subiu acompanhado por Babá e Luciana Genro. Eles só discursaram quando Miro desceu. "Não somos radicais, somos coerentes", disse Babá aos funcionários: "Vamos ser expulsos por ter sido coerentes".


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