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Terras de Agripino são improdutivas, diz Incra
DA AGÊNCIA FOLHA
Vistoria realizada pelo Incra
(Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) do Rio
Grande do Norte concluiu que as
três fazendas no senador José
Agripino (PFL-RN) em Mossoró,
invadidas por sem-terra no final
de junho, são improdutivas.
O relatório elaborado pelos técnicos do Incra indica que apenas
31% do total de 4.500 hectares são
cultivados.
"Só é considerada produtiva a
propriedade em que no mínimo
80% das terras estejam sendo
aproveitadas", afirmou César de
Oliveira, superintendente do órgão no Estado.
O Incra vai recomendar a desapropriação das três fazendas (São
João, São Pedro e Alagoinha) para
projetos de reforma agrária. Cerca de 400 famílias poderão ser assentadas no local, de acordo com
projeção do órgão.
A desapropriação ainda depende de decreto presidencial. Só depois o Incra irá calcular quanto
será pago aos proprietários
-Agripino, seus irmãos e sua
mãe- pelas terras e benfeitorias.
O senador, por meio de sua assessoria, afirmou que não irá contestar o resultado da vistoria e disse que já estava negociando a desapropriação das fazendas com o
Incra. Ele declarou que deverá
aceitar o valor do ressarcimento
estipulado pelo órgão.
Os sem-terra, ligados ao MST
(Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra), já haviam desocupado a área.
"Ação política"
Durante a invasão, o MST caracterizou a ação como "política"
-seria um protesto contra as posições de Agripino e do PFL em
relação à reforma agrária.
O movimento havia até anunciado que promoveria invasões
em propriedades de outros políticos, como o senador Fernando
Bezerra (PTB), o ex-senador Geraldo Melo (PSDB) e o senador e
ex-governador Garibaldi Alves
Filho (PMDB).
"A direção do movimento
achou melhor não fazer mais isso", disse Damião Sabino, da direção estadual do MST. Para Sabino, o recuo também foi "uma decisão política".
(MAURO ALBANO)
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