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Partido discutirá eleição direta
da Reportagem Local
Um dos debates mais acirrados
do 2º Congresso Nacional do PT
deverá ser em torno da reestruturação do partido. Enquanto os
moderados defendem eleições diretas para os dirigentes da legenda, nas instâncias municipais, estaduais e nacional, a esquerda
acha que, na prática, isso se transformará num instrumento para
os caciques conseguirem maioria
nos encontros partidários.
No centro da discussão está a
divergência entre os dois grupos
sobre a ampliação do número de
filiados. A "direita" sustenta que o
PT precisa ter maior presença na
sociedade, atraindo para a legenda não só aquelas pessoas que
sempre atuam nas instâncias partidárias, como também as que
não têm tempo para isso, mas são
simpatizantes do partido.
Na visão dos radicais, essa estratégia levará a filiações em massa,
com fraudes como as que ocorreram no Rio de Janeiro neste ano.
"Nós não somos contra o PT ser
um partido de massa, desde que
seja composto por militantes.
Não dá para admitir que pessoas
que apareçam uma vez por ano
no partido sejam as que vão determinar as políticas petistas",
afirma Valter Pomar, da esquerda
do PT e um dos vice-presidentes
da legenda.
Para José Dirceu, atual presidente petista e provável candidato
à reeleição com o apoio dos moderados, "o PT precisa passar por
uma mudança radical". "Precisamos abrir o partido para a sociedade, fortalecendo os diretórios
municipais e realizando eleição
direta para os dirigentes partidários", sustenta.
O ex-prefeito de Porto Alegre
Tarso Genro, cujo grupo político
pode ser o fiel da balança no congresso petista, acha que o PT tem
que se transformar em "outro tipo de partido". "Isso só acontecerá se conseguirmos ampliar nossa
base social, abrindo relações políticas com setores empresariais e
com a intelectualidade, porque
uma parte dela aderiu ao modelo
do neoliberalismo e a outra se retirou da vida política".
Outra discussão que deve dividir os petistas vai girar em torno
da política de alianças. "O PT tem
que ser o protagonista das alianças, mas precisa disputar o centro", acredita José Genoino (SP).
"Não existe alternativa de centro-esquerda para o PT. Essa política
de que temos de ampliar alianças
nos levou a desastres como os governos de Cristovam Buarque
(DF) e Vítor Buaiz (ES)", rebate
Milton Temer (RJ), da esquerda
petista.
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