da Sucursal de Brasília

O ministro Rafael Greca (Esporte e Turismo) afirma que não fez nenhuma recomendação ao Indesp no sentido de atender prioritariamente aos políticos. "Não há essa determinação. É para proceder de acordo com a lei."
Greca reconhece que o Indesp (Instituto Nacional de Desenvolvimento do Desporto) perdeu o controle sobre o funcionamento dos bingos, mas afirma que está preparando uma nova regulamentação que vai reorganizar essa atividade.
"Quero passar o controle dos bingos para a Caixa Econômica Federal, que já tem a experiência das loterias. Os casos de ilegalidades serão tratados pela Polícia Federal", disse.
Greca afirmou ainda que tem "carta branca" do presidente Fernando Henrique Cardoso para agir e moralizar o setor.
"Só fico se for para arrumar a casa. Irregularidade não combina comigo. Se existe, tem de ser destruída. Vai ser doloroso, mas eu aguento o tiroteio."
O ministro determinou na última segunda-feira a abertura de uma sindicância no Indesp para apurar as denúncias feitas pelas duas funcionárias e pelo ex-funcionário que prestaram depoimentos ao Ministério Público.
Ele afirmou que constatou com os próprios olhos o descontrole da atividade dos bingos.
"Uma banca de acarajé, em Salvador, tinha uma sala com máquinas de bingo. Em Curitiba, tem uma cervejaria com máquinas de bingo", declarou.
O ministro já preparou uma proposta de medida provisória que prevê alterações na regulamentação dos bingos.
A nova lei vai exigir que a fachada dos bingos permanentes informe o nome da entidade desportiva beneficiada. Isso deverá ajudar a sociedade a fiscalizar o negócio.
A nova lei também vai exigir que as empresas operadoras dos bingos apresentem o CPF de todos os seus sócios. Atualmente, é exigida apenas a apresentação do CGC da empresa.
O ministro reclama que a Lei Pelé, que trata dos bingos, é conflitante com o decreto que a regulamenta.

Sustento
Greca afirma que o correto funcionamento dos bingos é uma forma de manter o esporte auto-sustentado.
O ministro acrescentou que não discute a existência dos bingos porque "funcionário público não discute lei feita pelo Congresso".
Questionado sobre a afirmação do procurador Luiz Francisco de Souza, que liga o contrabando e a prostituição ao bingo, respondeu: "Ele repete um conceito usual. Não tenho informações sobre isso. Quem tem que saber é a Receita e a Polícia Federal".


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