São Paulo, sábado, 12 de outubro de 2002

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PREVIDÊNCIA

Auxiliar de Dornelles é acusado de envolvimento em desvio de R$ 3 mi em 96

Assessor de ex-ministro é preso por fraude no INSS

MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO

O assessor parlamentar do ex-ministro do Trabalho e deputado federal Francisco Dornelles (PPB), João Carlos Boechat Capita, 50, foi preso na manhã de ontem por policiais federais em sua casa, localizada no Leme (zona sul do Rio de Janeiro).
Capita foi uma das 22 pessoas denunciadas pelo Ministério Público Federal sob a acusação de envolvimento com uma fraude ocorrida na gerência do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) em 1996. A fraude causou ao órgão um prejuízo de cerca de R$ 3 milhões.
Entre os denunciados, estão 11 funcionários do INSS e dez falsos procuradores federais, que seriam encarregados de sacar o dinheiro referente ao pagamento de benefícios.
Segundo informações da Deleprev (Delegacia de Prevenção e Repressão a Crimes Previdenciários da Polícia Federal), Capita foi o primeiro dos 22 denunciados a ser preso.
À Folha, Dornelles disse ontem que em abril, quando deixou o Ministério do Trabalho, contratou Capita para trabalhar como seu assessor na Câmara dos Deputados.
Dornelles acaba de ser reeleito para mais um mandato de deputado federal. Ele foi o terceiro mais votado no Rio - recebeu 219.012 votos.
O inquérito sobre as fraudes no INSS foi aberto em 1997 e concluído no mês de julho deste ano. O processo continua correndo em segredo de Justiça.

Detenção
João Carlos Boechat Capita foi levado para a carceragem Ponto Zero, no bairro de Benfica (zona norte do Rio de Janeiro). Ele responderá pela suposta prática dos crimes de peculato e de formação de quadrilha. A pena prevista pelo Código Penal para os crimes de que Capita é acusado vai de três anos a 15 anos de detenção.

Força-tarefa
Desde abril de 2000, a força-tarefa de combate a fraudes previdenciárias no Rio de Janeiro -formada por Polícia Federal, Ministério Público e INSS- já prendeu 130 pessoas sob acusação de participar de golpes praticados contra a Previdência. Outros 345 acusados foram indiciados. O total de benefícios fraudados pode chegar a 60 mil. O valor das fraudes não foi divulgado.
Uma das quadrilhas desarticuladas atuava na gerência de Bangu (zona oeste do Rio) e teria aplicaria um golpe que chegou a desviar um valor aproximado de R$ 125 mil no INSS. Seis pessoas foram presas nesse caso. A chefe da agência foi demitida.
A força-tarefa atua em 120 investigações contra supostas fraudes cometidas contra o instituto de previdência. A Deleprev tem cerca de 5.000 inquéritos.


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