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TERCEIRO MUNDO
Ministro diz acreditar que modelo da União Européia deve ser seguido, também com Parlamento comum
Dirceu defende adoção de moeda única na AL
GABRIELA ATHIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Para o ministro José Dirceu (Casa Civil), a América do Sul e, posteriormente, a América Latina,
deveriam seguir o exemplo da
União Européia e adotar Parlamento e moeda comuns. Segundo
ele, Brasil e Argentina têm papel
fundamental e poderiam liderar
as discussões sobre os temas.
"Nós temos de pensar numa
América do Sul para além do
Mercosul e numa América Latina
para além da América do Sul. Nós
temos de pensar para além da integração econômica. É integração
social, cultural e política. Tem de
pensar num Parlamento, em políticas macroeconômicas, pensar
em uma moeda única. Temos de
pensar grande, como a União Européia. E o Brasil e a Argentina jogam um papel importantíssimo
nisso", afirmou o ministro-chefe.
Oficialmente, o euro, a moeda
européia, entrou em circulação
em janeiro de 99 e substituiu, na
época, a moeda de 11 dos 15 países
que integram a União Européia.
No domingo passado, em Campos do Jordão (SP), no 4º Foro
Ibero-América, Dirceu chegou a
defender a integração militar dos
países da América do Sul, apesar
de a idéia ainda ser uma "heresia"
na região. O ministro disse temer
a presença dos EUA, que poderiam "ocupar a Colômbia, segundo relato do jornal "O Globo'".
O Foro Ibero-América reuniu
empresários, intelectuais, acadêmicos e representantes de países
da América Latina, de Portugal e
da Espanha.
Ontem, em entrevista no Palácio do Planalto, o ministro da Casa Civil fez questão de dizer que
uma coisa é defender uma maior
integração dos países do continente, e outra é misturar esse assunto com uma suposta defesa
feita em favor do envio de tropas
federais à Colômbia.
Fora da agenda
"Esse assunto [envio de tropas
para a Colômbia e a integração
militar dos países] não está na
agenda do governo. Eu fiz uma
palestra acadêmica, fiz uma reflexão. Eu tratei desses assuntos de
maneira separada", afirmou Dirceu. "Quero deixar bem claro que
eu não falei dos dois assuntos ao
mesmo tempo."
Anteontem, depois da publicação das declarações de Dirceu em
Campos do Jordão, o ministro José Viegas (Defesa) convocou a
imprensa para afirmar que o país
não pensava em uma integração
militar e muito menos em mandar tropas à Colômbia. O que estaria sendo feito é o envio de tropas para reforçar as fronteiras.
O ministro afirmou que o Brasil
começa a propor aos vizinhos a
formação de uma espécie de
"pool de países compradores",
com o objetivo de baratear o custo
de equipamentos militares.
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