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São Paulo, quarta-feira, 12 de novembro de 2003

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TERCEIRO MUNDO

Ministro diz acreditar que modelo da União Européia deve ser seguido, também com Parlamento comum

Dirceu defende adoção de moeda única na AL

GABRIELA ATHIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Para o ministro José Dirceu (Casa Civil), a América do Sul e, posteriormente, a América Latina, deveriam seguir o exemplo da União Européia e adotar Parlamento e moeda comuns. Segundo ele, Brasil e Argentina têm papel fundamental e poderiam liderar as discussões sobre os temas.
"Nós temos de pensar numa América do Sul para além do Mercosul e numa América Latina para além da América do Sul. Nós temos de pensar para além da integração econômica. É integração social, cultural e política. Tem de pensar num Parlamento, em políticas macroeconômicas, pensar em uma moeda única. Temos de pensar grande, como a União Européia. E o Brasil e a Argentina jogam um papel importantíssimo nisso", afirmou o ministro-chefe.
Oficialmente, o euro, a moeda européia, entrou em circulação em janeiro de 99 e substituiu, na época, a moeda de 11 dos 15 países que integram a União Européia.
No domingo passado, em Campos do Jordão (SP), no 4º Foro Ibero-América, Dirceu chegou a defender a integração militar dos países da América do Sul, apesar de a idéia ainda ser uma "heresia" na região. O ministro disse temer a presença dos EUA, que poderiam "ocupar a Colômbia, segundo relato do jornal "O Globo'".
O Foro Ibero-América reuniu empresários, intelectuais, acadêmicos e representantes de países da América Latina, de Portugal e da Espanha.
Ontem, em entrevista no Palácio do Planalto, o ministro da Casa Civil fez questão de dizer que uma coisa é defender uma maior integração dos países do continente, e outra é misturar esse assunto com uma suposta defesa feita em favor do envio de tropas federais à Colômbia.

Fora da agenda
"Esse assunto [envio de tropas para a Colômbia e a integração militar dos países] não está na agenda do governo. Eu fiz uma palestra acadêmica, fiz uma reflexão. Eu tratei desses assuntos de maneira separada", afirmou Dirceu. "Quero deixar bem claro que eu não falei dos dois assuntos ao mesmo tempo."
Anteontem, depois da publicação das declarações de Dirceu em Campos do Jordão, o ministro José Viegas (Defesa) convocou a imprensa para afirmar que o país não pensava em uma integração militar e muito menos em mandar tropas à Colômbia. O que estaria sendo feito é o envio de tropas para reforçar as fronteiras.
O ministro afirmou que o Brasil começa a propor aos vizinhos a formação de uma espécie de "pool de países compradores", com o objetivo de baratear o custo de equipamentos militares.


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