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São Paulo, quarta-feira, 12 de novembro de 2003

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OUTRO LADO

Chong diz à CPI que desconhece juízes federais

DA REPORTAGEM LOCAL

O empresário Law Kin Chong afirmou ontem à CPI da Pirataria que não conhece os juízes federais investigados pela Operação Anaconda e desafiou os deputados a provarem seu envolvimento no suposto esquema de venda de sentenças judiciais a criminosos.
"Se for minha voz, eu volto aqui e vocês podem me prender", disse Chong em depoimento à CPI. O empresário referiu-se à existência de um grampo telefônico no qual ele falaria com o juiz federal João Carlos da Rocha Mattos, preso na Operação Anaconda. A escuta faz parte do processo que tramita em sigilo.
O empresário disse que pagaria do próprio bolso o trabalho de um perito renomado para mostrar que a voz não é a dele.
Segundo a Polícia Federal, um aparelho de televisão importado encontrado no apartamento de Rocha Mattos era um presente do empresário, dono de três shoppings na região da rua 25 de Março (centro de São Paulo). "Eu nunca dei televisão para delegado, muito menos para um juiz", disse.
Chong negou conhecer Rocha Mattos e os também juízes federais Ali Mazloum -titular da Vara Criminal na qual Chong é processado por descaminho- e Casem Mazloum.
O empresário também negou conhecer ou ter negócio com Roberto Eleutério da Silva, conhecido como Lobão, apontado como maior contrabandista de cigarros do país. Ele e Lobão são defendidos pelo mesmo escritório de advocacia.
O empresário disse ainda que os depósitos que foram vistoriados ontem por policiais e deputados federais não são mais de sua propriedade.
O delegado federal José Augusto Bellini, segundo a assessoria da Polícia Federal, não autorizou a divulgação do nome de seu defensor para dar a sua versão sobre as suspeitas levantadas pela CPI da Pirataria e pelas denúncias feitas pelo Ministério Público Federal que resultaram em sua prisão.


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