São Paulo, sexta-feira, 12 de novembro de 2004

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CAMPO MINADO

Já são 12 invasões no "novembro vermelho"; no Paraná, Incra compra fazenda e promete assentar 923 famílias

MST invade mais duas áreas em Pernambuco

DA AGÊNCIA FOLHA

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) voltou a invadir propriedades em Pernambuco. Ontem, foram duas áreas no agreste, em continuidade ao "novembro vermelho". Em Mato Grosso do Sul, o movimento invadiu anteontem uma fazenda do Grupo Bertin, o maior exportador de carne brasileira.
Já são cinco áreas invadidas em Pernambuco desde terça, e em todo o país, são 12. O MST promete novas ações até domingo.
As invasões de ontem ocorreram simultaneamente, entre as 5h e as 6h. Cerca de 400 pessoas, segundo o MST, invadiram as fazendas Pereiro 1 e 2, áreas vizinhas na divisa dos municípios de Jurema e Lajedo (cerca de 200 km de Recife). Elas passam por processo de desapropriação há cerca de dois anos. O MST disse que as fazendas foram "escolhidas a dedo", para acelerar o processo.
Em Mato Grosso do Sul, o MST invadiu anteontem a fazenda Santo Antônio, do Grupo Bertin. Segundo a polícia, 750 sem-terra entraram na área de 19 mil hectares, no município de Itaquiraí (387 km ao sul de Campo Grande, MS). A fazenda atende ao frigorífico do grupo em Naviraí (MS).
A Justiça concedeu mandado de reintegração de posse da fazenda Rio Pardo, em Iaras (282 km a noroeste de São Paulo), invadida anteontem pelo MST. Até o fechamento desta edição, a desocupação não havia sido feita. Em nota, o MST informou que três integrantes do movimento foram detidos porque estariam indo para a fazenda, mas foram liberados.
Em outro caso, a Justiça Federal determinou a reintegração de posse da área do Ministério da Agricultura invadida anteontem pelo MST e pelo MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores), um posto no Centro Tecnológico Agropecuário em Sarandi (RS).
No Paraná, o Incra registrou em seu nome, a área do segundo maior conflito de terras do Estado, a fazenda Corumbataí - conhecida por Sete Mil-, em Ivaiporã. O instituto pagou R$ 108 milhões pelo imóvel e inicia o assentamento de 923 famílias. A maior parte dos 13,8 mil hectares estará comprometida com cerca de 540 famílias que invadiram a área há mais de oito anos. O Incra disse ontem que a compra permite ao instituto cumprir a meta de assentar 3.000 famílias no Paraná neste ano. (EDUARDO DE OLIVEIRA, HUDSON CORRÊA, JOSÉ EDUARDO RONDON, LÉO GERCHMANN E MARI TORTATO)


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