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Para ele, investigação tem de ser ampliada
Ministro critica Collor e pepebista
FERNANDA DA ESCÓSSIA
da Sucursal do Rio
O ministro José Serra (Saúde)
defendeu ontem no Rio que o
ex-prefeito paulistano Paulo
Maluf (PPB) e o ex-presidente
Fernando Collor de Mello sejam incluídos nas investigações
sobre as supostas chantagens
sofridas pelo governo federal.
"Não sei de fato se eles estiveram ou não na origem (dos documentos usados para as chantagens). Mas, pelas evidências,
eles apareceram, no mínimo,
dando curso a uma fraude absolutamente vergonhosa."
O ministro afirmou que Maluf e Collor tentaram passar
adiante "essa falsificação". "No
mínimo, eles são coniventes
com ela. Não sei se foram eles
que estruturaram essa farsa,
mas, sem dúvida, participaram
dela", afirmou o ministro.
Maluf teria pedido ao PT que
divulgasse o suposto dossiê
contra os tucanos. Ele nega
qualquer envolvimento no caso. O senador Djalma Falcão
(PMDB-AL) disse que Collor
lhe pediu o mesmo. O ex-presidente confirma essa versão
parcialmente, dizendo que
nunca viu os documentos.
Serra disse que o Brasil não
tem "uma direita austera".
"Tenho até inveja dos britânicos, que têm (a ex-primeira-ministra) Margaret Thatcher,
ou dos americanos, com (o ex-presidente Ronald) Reagan",
afirmou, provocando risos.
"O Castello Branco já dizia
que, no Brasil, há uma grande
frente única, que vai da extrema direita à extrema esquerda,
todos contra o Fisco."
Questionado pela Folha se se
referia às supostas participações de Maluf e Collor no caso
do dossiê, Serra disse que não.
O ministro afirmou também
que não tinha lido e, por isso,
não iria comentar a confirmação sobre a existência da empresa CH, J & T.
"Eu vou ter que olhar a Folha.
Uma coisa eu posso garantir:
eu não sei nem onde ficam as
Ilhas Cayman. Minhas contas
são só no Banco do Brasil e
num banco privado, que eu não
falo para não fazer merchandising", disse Serra.
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