UOL

São Paulo, sexta-feira, 12 de dezembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Promotoria continua a apurar mais suspeitos

DA REPORTAGEM LOCAL

A investigação da Promotoria criminal de Santo André, que denunciou o empresário Sérgio Gomes da Silva por envolvimento no assassinato do prefeito Celso Daniel, não terminou. Os promotores, que afirmam ter indícios de participação de outras pessoas no crime, aguardam documentos sigilosos e novos testemunhos.
Apesar de não falarem sobre os próximos passos da investigação, sempre que se referem ao crime imputado a Gomes da Silva, os promotores afirmam ser ele "um dos mandantes" do assassinato do prefeito petista. O Ministério Público, porém, não revela nomes de outros eventuais envolvidos.
"Temos convicção de que Sérgio Gomes da Silva foi um dos mandantes da morte de Celso Daniel, mas isso não descarta a eventual participação de outras pessoas no crime", afirmou o promotor José Reinaldo Carneiro.
Entre os documentos aguardados pelo Ministério Público estão quebra de sigilo telefônico e bancário dos investigados. As informações que hoje estão em poder dos promotores não são suficientes para embasar uma denúncia por homicídio. Esses papéis são importantes. Foi por meio do rastreamento das ligações telefônicas, por exemplo, que a Promotoria desfez a versão de crime comum apresentada pela Polícia Civil, em abril do ano passado.
Os seis homens presos pelo DHPP (Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa) afirmaram à época que haviam sequestrado o prefeito por acaso. Antes, teriam perseguido um empresário de uma Dakota vermelha, que teria fugido. No caminho, encontraram a Pajero em que estava Daniel e Gomes da Silva e resolveram levar o prefeito.
O rastreamento dos celulares dos presos, no entanto, mostra que eles não fizeram a trajetória descrita à polícia.
Em depoimento ao Ministério Público, depois de serem confrontados com os rastreamentos, os presos afirmaram que a história da perseguição anterior foi inventada por um dos membros da quadrilha e deveria ser sustentada em juízo. Eles disseram que sempre estiveram parados num ponto próximo ao local da abordagem de Celso Daniel.

Prisão
A Promotoria acredita ainda que, com a prisão de Gomes da Silva, os presos sintam mais confiança para falar sobre o caso. Um dos homens envolvidos no sequestro, Dionízio Aquino Severo, apontado como o elo entre o empresário e a quadrilha da favela Pantanal, morreu após afirmar que tinha informações sobre a morte de Daniel. (LC)


Texto Anterior: Prefeito diz que caso "atrapalha" PT
Próximo Texto: PT deixa de opinar e diz que assunto é "da Justiça"
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.