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REUNIÃO MINISTERIAL
Governo, que não definiu o que vai alterar no Imposto de Renda, pode anunciar medidas amanhã
Tabela do IR vai ser corrigida e mínimo pode chegar a R$ 300
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo anunciou ontem que
corrigirá a tabela de Imposto de
Renda em 2005 e também concederá um aumento real para o salário mínimo, que deve ficar entre
R$ 290 e R$ 300. Segundo o ministro José Dirceu (Casa Civil), a decisão sobre a correção da tabela e
o novo piso salarial de 2005 pode
ser tomada amanhã.
"O quanto vamos corrigir a tabela é o que está em discussão.
Que haverá uma correção haverá,
o presidente já tomou a decisão",
disse Dirceu ao apresentar o balanço de prioridades do governo
para o ano que vem.
Outras hipóteses em estudos,
conforme lembrou o ministro,
são alterações na sistemática de
deduções com saúde e educação e
inclusão de novas alíquotas
-percentuais mais altos para
rendas mais elevadas e mais baixos para faixas salariais menores.
Na semana passada, as centrais
sindicais apresentaram uma proposta ao ministro Antonio Palocci
Filho (Fazenda) que prevê um
reajuste de 10% no próximo ano.
No período 2006-2007, a tabela
seria corrigida em sete pontos
percentuais, mais a inflação acumulada entre 2005 e 2006.
Com isso, o presidente Lula chegaria ao final de seu mandato cobrindo todas as perdas geradas
pela inflação no período. A Folha
apurou que a proposta tem grandes chances de ser aceita pela
equipe econômica, embora a Receita Federal seja contra a indexação da tabela.
A correção escalonada sugerida
pelas centrais seria acompanhada
de medidas para compensar a
perda de receita. O caminho mais
provável é a criação de novas alíquotas. Chegaram a ser apresentadas aos líderes das centrais uma
alíquota de 10%, para a faixa salarial entre R$ 1.058 e R$ 1.590, e outra de 35% para rendas mais elevadas. Os sindicalistas esperam
resposta do governo na quarta.
Hoje a tabela prevê isenção de
IR até R$ 1.058. Acima disso e até
R$ 2.115, a alíquota é de 15%. Acima desse valor, 27,5%.
Salário mínimo
De acordo com Dirceu, entre as
hipóteses estão: um reajuste de R$
260 para R$ 290 a partir de janeiro
ou elevação para R$ 300 de maio
em diante. "Ou alternativas que
combinem essas duas propostas."
Dirceu declarou que o governo
ainda não sabe se o aumento será
feito por medida provisória ou
por projeto de lei.
A sugestão do Ministério do
Trabalho é de um aumento para
R$ 300 -um aumento real de
8%- a partir de maio. O ministro
do Trabalho, Ricardo Berzoini,
defende que a decisão seja oficializada por medida provisória.
Na MP, o governo também criaria um programa e um conselho
para traçar uma política de recuperação para o salário mínimo
nos próximos anos. O conselho
seria formado por patrões, trabalhadores, aposentados e governo.
"A orientação que eu recebi do
presidente é não editar medidas
provisórias, a não ser em casos ultranecessários. Então eu estabeleci um ferrolho. Só passa medida
provisória depois de analisar três
vezes, tem de coar o café três vezes", disse o ministro. Ele também
afirmou que não há decisão se a
correção da tabela do IR será feita
por medida provisória.
Os sindicalistas são contrários
às duas alternativas colocadas por
Dirceu para o mínimo. As centrais, que inicialmente pediam
que o novo mínimo fosse de R$
320, querem um reajuste para R$
300 em janeiro.
Colaboraram LUCIANA CONSTANTINO
e EDUARDO SCOLESE, da Sucursal
de Brasília
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