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Governo anuncia a segunda fase da campanha pela auto-estima
KENNEDY ALENCAR E
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo federal vai lançar
uma nova campanha de publicidade para vender o que julga êxitos da política econômica e articula uma "fase 2" da campanha de
auto-estima da Abap (Associação
Brasileira das Agências de Propaganda). Peças em preparo na área
de comunicação do governo federal foram apresentadas na reunião ministerial.
Até quinta-feira desta semana, o
governo deverá divulgar um caderno com o balanço dos dois primeiros anos da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Um vídeo de 15 minutos, intitulado "O Brasil na Era do Desenvolvimento Sustentável" e que resumia as realizações do governo até
agora, foi apresentado ontem à
tarde na Granja do Torto, onde
ocorreu a reunião de dois dias.
Como fez anteontem, Lula voltou a falar que será preciso melhorar a relação dos ministros e do
governo com o Congresso. Reconheceu que essa relação "não foi
das melhores".
Ao voltar a pedir "unidade" e
"solidariedade" entre os membros de sua administração, o presidente afirmou que, às vezes, há
áreas do governo que estão com
"febre". Nesses momentos, acrescentou, o resto da equipe tem de ir
"medicá-la", recorrendo às metáforas que usa tanto.
Meirelles pede prudência
Ao falar dos números da economia, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse que
o governo obtivera "sucesso",
mas pediu "prudência", na linha
de cautela do ministro Antonio
Palocci Filho (Fazenda) no dia anterior. Meirelles se dispôs a explicar a política monetária (juros) a
outros ministros.
Nesse momento, Lula fez uma
brincadeira com ele, cujo status
de ministro foi confirmado na semana passada com a aprovação
de uma medida provisória.
Segundo Lula, Meirelles "virou
um político perfeito". De acordo
com relatos obtidos pela Folha,
Lula disse que Meirelles agora "se
dispõe a discutir temas que não
admitia [discutir]".
A Folha apurou que dois conceitos repetidos na reunião ministerial serão uma espécie de lemas
da campanha publicitária sobre
política econômica: "Crescimento Sustentável com Distribuição
de Renda" e "Inclusão Social com
Democracia".
Um comercial com o cantor Roberto Carlos, da campanha "O
Melhor do Brasil é o Brasileiro",
foi apresentado como exemplo da
"segunda fase" da propaganda de
auto-estima. O ministro Luiz
Gushiken (Comunicação de Governo) foi cumprimentado por
Lula e os colegas.
Informalidade
Após a entrevista do ministro
José Dirceu (Casa Civil), na qual
ele transmitiu quais seriam as
prioridades do governo, a reunião
ministerial transcorreu num clima mais informal, com depoimentos livres dos ministros.
Numa hora em que provocou
risos, Lula pediu que os ministros
se preparassem para "trabalhar
ainda mais" no ano que vem porque, afirmou, há "muita coisa para ser feita". O presidente se disse
"orgulhoso" do esforço que todos
os ministros fizeram para a reunião, que ele considerou "a mais
produtiva". Foi o oitavo encontro
ministerial -o terceiro do ano.
Outro momento de descontração aconteceu quando o vice-presidente e ministro da Defesa, José
Alencar, discursou no seu exato
tempo. Dirceu, que controlava a
duração das intervenções, disse:
"Bem-vindo ao clube dos bolcheviques pela disciplina [ao cumprir
o tempo de 15 minutos]". Lula e
ministros riram.
A exemplo de anteontem, quando disse que quem quisesse fazer
oposição procurasse outro lugar,
Lula voltou a criticar os que atacam os rumos de sua administração. Afirmou que deputados do
PT, às vezes, fazem críticas mais
duras do que a oposição.
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