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Tucano critica "bolha de euforia" em texto petista
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Setores da oposição disseram
ontem que a resolução que pede
mudanças imediatas na política
econômica aprovada um dia antes pelo Diretório Nacional do PT
tem como objetivo criar uma espécie de "bolha" de crescimento
em 2006 para ajudar na virtual
candidatura à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Anteontem, a direção petista
aprovou texto que diz que o país
não pode "ficar prisioneiro da receita de juros altos como único remédio para combater a inflação".
O documento defende a queda
das metas de superávit primário
-economia do setor público para pagar juros, hoje em 4,25% do
PIB (Produto Interno Bruto).
"Trata-se, sem dúvida, de uma
opção e uma tentativa eleitoreira.
O presidente Lula e o governo federal estão completamente perdidos, sem projetos, e por isso chegam ao ponto de colocar sob risco
de enfraquecimento o único laço
de credibilidade [a política econômica] que tem no exterior", afirmou o líder do PSDB no Senado,
Arthur Virgílio (AM).
O líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ), concorda. "A
tendência é que o [ministro Antonio] Palocci [Fazenda] deixe o governo, e assim o próprio Lula fique livre para gastar mais dinheiro no ano que vem."
Resolução original
A resolução original petista
-primeiro texto oficial do novo
Diretório Nacional- era ainda
mais forte contra o modelo econômico, mas foi atenuada por
pressão, entre outros, do senador
Aloizio Mercadante (SP).
"Essa idéia faz parte de uma posição dentro do PT que foi expressa pela ministra Dilma [Rousseff,
Casa Civil] para criar uma bolha
de euforia pré-eleitoral e incluir
mais recursos para municípios e
demais bases do governo", disse
Alberto Goldman (SP), líder do
PSDB na Câmara.
Goldman e Maia prometem
apresentar requerimento na Comissão de Finanças e Tributação
para convocação do presidente
do Banco do Brasil, Rossano Maranhão, e o ministro da Previdência, Nelson Machado. Eles querem explicações sobre a ajuda financeira do governo para Mato
Grosso do Sul.
(EDUARDO SCOLESE)
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