São Paulo, segunda-feira, 12 de dezembro de 2005

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Tucano critica "bolha de euforia" em texto petista

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Setores da oposição disseram ontem que a resolução que pede mudanças imediatas na política econômica aprovada um dia antes pelo Diretório Nacional do PT tem como objetivo criar uma espécie de "bolha" de crescimento em 2006 para ajudar na virtual candidatura à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Anteontem, a direção petista aprovou texto que diz que o país não pode "ficar prisioneiro da receita de juros altos como único remédio para combater a inflação". O documento defende a queda das metas de superávit primário -economia do setor público para pagar juros, hoje em 4,25% do PIB (Produto Interno Bruto).
"Trata-se, sem dúvida, de uma opção e uma tentativa eleitoreira. O presidente Lula e o governo federal estão completamente perdidos, sem projetos, e por isso chegam ao ponto de colocar sob risco de enfraquecimento o único laço de credibilidade [a política econômica] que tem no exterior", afirmou o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM).
O líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ), concorda. "A tendência é que o [ministro Antonio] Palocci [Fazenda] deixe o governo, e assim o próprio Lula fique livre para gastar mais dinheiro no ano que vem."

Resolução original
A resolução original petista -primeiro texto oficial do novo Diretório Nacional- era ainda mais forte contra o modelo econômico, mas foi atenuada por pressão, entre outros, do senador Aloizio Mercadante (SP).
"Essa idéia faz parte de uma posição dentro do PT que foi expressa pela ministra Dilma [Rousseff, Casa Civil] para criar uma bolha de euforia pré-eleitoral e incluir mais recursos para municípios e demais bases do governo", disse Alberto Goldman (SP), líder do PSDB na Câmara.
Goldman e Maia prometem apresentar requerimento na Comissão de Finanças e Tributação para convocação do presidente do Banco do Brasil, Rossano Maranhão, e o ministro da Previdência, Nelson Machado. Eles querem explicações sobre a ajuda financeira do governo para Mato Grosso do Sul. (EDUARDO SCOLESE)


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