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PT apoia rival de Quércia no PMDB paulista
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
Com o apoio velado do PT, a
ala do PMDB paulista contrária
à aliança com o PSDB armou
uma ofensiva para tentar diminuir a força do ex-governador
Orestes Quércia, aliado do tucano José Serra e atual presidente do partido no Estado.
Amanhã, cerca de 750 peemedebistas com direito a voto
vão eleger o novo comando da
sigla em São Paulo, que terá poder decisivo em 2010. Quércia é
o favorito, mas, até duas semanas atrás, caminhava para uma
vitória por aclamação. Agora,
terá de enfrentar o deputado
federal Francisco Rossi.
O ex-prefeito de Osasco encabeça uma chapa que prega a
candidatura própria do PMDB
ao Palácio dos Bandeirantes,
contra o desejo de Quércia de
ver o partido engajado nas fileiras tucanas. Entre os entusiastas da candidatura Rossi, que
chegou a apoiar a chapa de
Quércia, está o grupo do PT ligado ao deputado federal João
Paulo Cunha e ao prefeito de
Osasco, Emidio de Souza.
Segundo estimativa da atual
direção do PMDB paulista, das
cerca de 140 vagas na chapa
oposicionista, 120 são ocupadas por filiados de Osasco.
Quércia firmou um pré-acordo com o PSDB de que terá o
apoio do partido de Serra para
concorrer a uma vaga no Senado. O PMDB também ocupa o
cargo de vice do prefeito da capital, Gilberto Kassab (DEM),
outro aliado dos tucanos.
O ex-governador lançou seu
nome à reeleição com o compromisso de discutir se o partido terá ou não candidato próprio ao Palácio dos Bandeirantes só em 2010, na convenção
da sigla, e conquistou o apoio
até do presidente da Câmara,
Michel Temer, cotado para
ocupar a vice da ministra petista Dilma Rousseff em 2010.
"Nossa ideia nunca foi antecipar a discussão que terá de ser
feita mais adiante. Neste momento, era hora de unir o partido em São Paulo", disse o deputado estadual Jorge Caruso, vice-presidente do PMDB-SP.
Se conquistar mais de 20%
dos votos, a chapa de Rossi terá
o direito de indicar membros
para o Diretório Estadual do
partido em 2010, o que deve dificultar as pretensões de Quércia. O ex-governador, porém,
disse que aceita lançar candidato próprio ao Bandeirantes desde que Roberto Requião (PR)
seja o candidato da sigla na disputa pelo Palácio do Planalto.
Em 2002, Quércia apoiou
Lula, mas se desentendeu com
o PT-SP, que não trabalhou por
sua candidatura ao Senado.
"A última vez que o PMDB
teve candidato próprio ao governo de São Paulo foi há 15
anos. De lá pra cá, o partido diminuiu de tamanho no Estado", afirmou Rossi. A eleição
será realizada na Assembleia
Legislativa. O vencedor deve
ser conhecido amanhã mesmo.
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