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PT fará festa de R$ 6,5 mi para lançar Dilma
Apesar de ter um rombo de R$ 35 mi nas suas contas, partido decidiu não economizar na organização de seu 4º Congresso
Encontro será realizado de 18 a 21 de fevereiro e vai reunir 1.400 delegados,
200 observadores e 100 delegações estrangeiras
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Mesmo com uma dívida milionária, o PT decidiu não economizar no evento que marcará o início oficial da campanha
presidencial de Dilma Rousseff, em fevereiro de 2010.
Numa contabilidade fechada
nesta semana, o partido orçou
em R$ 6,5 milhões o seu 4º
Congresso. Será o maior evento
da história petista e um dos
maiores organizados por partidos nos últimos anos.
O gigantismo do congresso
-1.400 delegados, 200 observadores, 100 delegações estrangeiras e um público total de
3.000 participantes- fica evidente quando se leva em conta
um buraco de R$ 35 milhões
nas contas do partido, herança
ainda do escândalo do mensalão, que estourou em 2005.
Em outras palavras, o PT decidiu gastar num único evento
de quatro dias (de 18 a 21 de fevereiro) o equivalente a 18% de
seu rombo. "O congresso espelha o fato de que é um momento definidor da história do partido, sem a presença de Lula como candidato. Nunca um projeto político foi reeleito para
um terceiro governo no país. Isso seria histórico", diz o tesoureiro petista, Paulo Ferreira.
Segundo ele, o custo do evento não preocupa. "Nossa dívida
está toda renegociada. Temos
dinheiro em caixa, voltamos a
ter crédito na praça, e os diretórios regionais vão arcar com
um terço do custo", afirma.
Além disso, a taxa de R$ 15
cobrada dos filiados que votaram no recente processo interno de renovação partidária ajudará a pagar parte da conta.
Há dois anos, o 3º Congresso
do PT custou menos da metade
da previsão para agora, segundo o tesoureiro. Em 2006, um
encontro semelhante saiu por
R$ 1,5 milhão. Em outra comparação, o polêmico encontro
do presidente Lula e Dilma
com prefeitos, em fevereiro,
custou cerca de R$ 2 milhões.
A ideia, segundo um petista, é
"consagrar" Dilma como candidata. Sua aclamação pelos delegados será um evento à parte. O
PT ainda estuda o formato, e há
possibilidade de fazer um vídeo
sobre a história da candidata.
A ministra também deve ter
uma agenda própria. Pode haver reuniões dela com os partidos internacionais de esquerda. Cogita-se também um encontro com mulheres.
O congresso vai deliberar sobre pontos fundamentais da
campanha. Será divulgado um
documento com diretrizes para
o programa de governo e uma
resolução orientando a política
de alianças, com recomendação
expressa aos Estados para que
abram espaço para coligados.
O principal gasto, segundo o
PT, será com passagens aéreas,
de cerca de R$ 1,6 milhão. O
partido ainda negocia descontos com companhias aéreas.
O aluguel do centro de convenções Ulysses Guimarães,
em Brasília, ficará em R$ 475
mil -fora a decoração, que tem
custo extra. Os participantes ficarão hospedados em hotéis da
rede Meliá, de alto padrão, próximos ao local do evento.
A presença do presidente Lula está assegurada -provavelmente já na abertura do 4º
Congresso. Em seu discurso,
ele deverá passar o bastão para
sua ministra, dizendo ao partido que é Dilma quem pode continuar a sua gestão.
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