São Paulo, sábado, 12 de dezembro de 2009

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PT fará festa de R$ 6,5 mi para lançar Dilma

Apesar de ter um rombo de R$ 35 mi nas suas contas, partido decidiu não economizar na organização de seu 4º Congresso

Encontro será realizado de 18 a 21 de fevereiro e vai reunir 1.400 delegados, 200 observadores e 100 delegações estrangeiras


FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Mesmo com uma dívida milionária, o PT decidiu não economizar no evento que marcará o início oficial da campanha presidencial de Dilma Rousseff, em fevereiro de 2010.
Numa contabilidade fechada nesta semana, o partido orçou em R$ 6,5 milhões o seu 4º Congresso. Será o maior evento da história petista e um dos maiores organizados por partidos nos últimos anos.
O gigantismo do congresso -1.400 delegados, 200 observadores, 100 delegações estrangeiras e um público total de 3.000 participantes- fica evidente quando se leva em conta um buraco de R$ 35 milhões nas contas do partido, herança ainda do escândalo do mensalão, que estourou em 2005.
Em outras palavras, o PT decidiu gastar num único evento de quatro dias (de 18 a 21 de fevereiro) o equivalente a 18% de seu rombo. "O congresso espelha o fato de que é um momento definidor da história do partido, sem a presença de Lula como candidato. Nunca um projeto político foi reeleito para um terceiro governo no país. Isso seria histórico", diz o tesoureiro petista, Paulo Ferreira.
Segundo ele, o custo do evento não preocupa. "Nossa dívida está toda renegociada. Temos dinheiro em caixa, voltamos a ter crédito na praça, e os diretórios regionais vão arcar com um terço do custo", afirma.
Além disso, a taxa de R$ 15 cobrada dos filiados que votaram no recente processo interno de renovação partidária ajudará a pagar parte da conta.
Há dois anos, o 3º Congresso do PT custou menos da metade da previsão para agora, segundo o tesoureiro. Em 2006, um encontro semelhante saiu por R$ 1,5 milhão. Em outra comparação, o polêmico encontro do presidente Lula e Dilma com prefeitos, em fevereiro, custou cerca de R$ 2 milhões.
A ideia, segundo um petista, é "consagrar" Dilma como candidata. Sua aclamação pelos delegados será um evento à parte. O PT ainda estuda o formato, e há possibilidade de fazer um vídeo sobre a história da candidata.
A ministra também deve ter uma agenda própria. Pode haver reuniões dela com os partidos internacionais de esquerda. Cogita-se também um encontro com mulheres.
O congresso vai deliberar sobre pontos fundamentais da campanha. Será divulgado um documento com diretrizes para o programa de governo e uma resolução orientando a política de alianças, com recomendação expressa aos Estados para que abram espaço para coligados.
O principal gasto, segundo o PT, será com passagens aéreas, de cerca de R$ 1,6 milhão. O partido ainda negocia descontos com companhias aéreas.
O aluguel do centro de convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, ficará em R$ 475 mil -fora a decoração, que tem custo extra. Os participantes ficarão hospedados em hotéis da rede Meliá, de alto padrão, próximos ao local do evento.
A presença do presidente Lula está assegurada -provavelmente já na abertura do 4º Congresso. Em seu discurso, ele deverá passar o bastão para sua ministra, dizendo ao partido que é Dilma quem pode continuar a sua gestão.


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