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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA
Ex-presidente é procurado por aliados de Serra e Alckmin para acalmar ânimos na escolha do candidato ; Aécio e Tasso também participarão
Tucanos pedem a FHC para apaziguar disputa
DA REPORTAGEM LOCAL
Sob a ameaça de acirramento
dos ânimos, os tucanos procuraram o ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso para que orquestre um pacto de não-agressão
entre o prefeito José Serra e o governador Geraldo Alckmin.
Ontem mesmo, FHC recebeu
para o jantar um secretário de
Serra. Segundo aliados de Alckmin, ele tem conversado freqüentemente com o governador.
"Fernando Henrique, certamente, participará dessa decantação", disse o líder do PSDB na Câmara, Alberto Goldman (SP).
Além de FHC, o presidente do
PSDB, senador Tasso Jereissati
(CE), e o governador de Minas,
Aécio Neves, serão encarregados
da delicada costura de um plano,
com fixação de critérios para a escolha do candidato. Aí, começa o
problema.
Emissários de Serra sugerem,
por exemplo, a análise de pesquisas e a consulta de diretórios como método. O argumento é de
que o PSDB precisa usar dados
"quase científicos" para justificar
a escolha para aquele que for preterido. "Temos que ter um método", disse Goldman.
"É preciso fazer pesquisa e ouvir
os diretórios", endossou o secretário-geral do PSDB, deputado
Eduardo Paes (RJ). Os números
têm sido desfavoráveis a Alckmin.
Assim como Goldman, Paes
afirma que "vai caber à Executiva
Nacional fazer um mapeamento
da regra do jogo". Aliados de
Alckmin temem, porém, que a
Executiva conduza o processo em
favor de Serra. Além do apoio dos
diretórios estaduais, o prefeito
contaria com a simpatia dos integrantes da Executiva.
Para aliados de Serra, ao lançar
sua candidatura, foi Alckmin que
obrigou a adoção de critérios objetivos (pesquisas). Mas parlamentares ligados a Alckmin recomendam que se leve em consideração o perfil, o potencial de crescimento e o menor índice de rejeição do candidato. "Não é a Executiva que escolhe. A escolha se faz
por prévia ou por acordo", afirma
o deputado Júlio Semeghine (SP) .
Os tucanos também querem fechar um acordo de procedimento. "O momento exige cuidado",
alegou Goldman. A proposta é de
um acordo em que Serra daria a
Alckmin apoio nacional, se o governador fosse o escolhido. Em
troca, Alckmin se comprometeria
a lançar Serra caso o PSDB optasse pelo prefeito. Esse seria o meio
de neutralizar o impacto da renúncia de Serra. Nesse caso, Alckmin ficaria no governo até o fim,
sendo cotado para um ministério
na hipótese de Serra vencer.
As negociações avançam na semana que vem, com a volta de
Tasso ao Brasil e a reunião de
Alckmin e Aécio na quarta-feira.
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