São Paulo, sexta-feira, 13 de janeiro de 2006

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Negociação com BMG levou "várias semanas", diz CEF

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DO PAINEL


A negociação pela qual a Caixa Econômica Federal adquiriu parte da carteira de crédito consignado (empréstimo com desconto em folha de pagamento) do banco BMG demorou "diversas semanas", e não apenas 18 dias úteis, como revelara relatório técnico do TCU (Tribunal de Contas da União) que apontou favorecimento ao banco mineiro, um dos financiadores do "mensalão".
A nova informação apresentada pela CEF -que não consta na documentação que registrou o processo de aquisição da carteira- está numa carta assinada pelo presidente do banco, Jorge Mattoso, ao presidente do Tribunal de Contas da União, Adylson Motta.
Cópia da carta foi entregue ontem ao comando da CPI dos Correios. Mattoso fez um trabalho de "corpo-a-corpo" com parlamentares para tentar desqualificar o trabalho do TCU, reclamar do vazamento do relatório à imprensa e apresentar a versão da Caixa sobre o negócio de R$ 1 bilhão, que garantiu um lucro de cerca de R$ 163 milhões ao BMG.
Segundo a carta, houve uma parte não documentada durante o processo de negociação. "No caso da primeira operação com o banco BMG, as negociações não demoraram apenas 23 dias ou 18 dias úteis. Como dito antes, o tempo despendido foi muito maior, porque as negociações iniciais antecederam por diversas semanas as análises formais." Anteontem, o presidente do BMG, Ricardo Guimarães, também rebateu as conclusões do relatório. (RUBENS VALENTE E FÁBIO ZANINI)

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