São Paulo, sexta-feira, 13 de fevereiro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

DANÇA DOS MINISTROS

Vice-presidente diz que "sente" que ministro do PL gostaria de assumir cadeira de deputado federal

Alencar afirma que Adauto vai deixar os Transportes

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O vice-presidente da República, José Alencar, confirmou ontem que o ministro dos Transportes, Anderson Adauto, deixará o cargo. "Sinto que ele gostaria de assumir a sua cadeira de deputado federal", afirmou o vice.
Convidado na terça para substituir Adauto, o prefeito de Manaus, Alfredo Nascimento, pediu prazo de dez dias ao Palácio do Planalto para dar uma resposta definitiva. Ele precisa acertar sua sucessão, sob pena de se enfraquecer politicamente.
A indefinição sobre a resposta de Nascimento dá combustível a uma crise no PL, partido ao qual pertencem ele, o ministro dos Transportes e o vice-presidente da República.
A revelação de que Lula acertara com Alencar a saída de Adauto, feita anteontem pela Folha, gerou descontentamento na bancada do PL de Minas, seção partidária do vice-presidente, e uma corrida no partido pela vaga. O deputado Sandro Mabel (GO) disputa com o colega José Santana (MG). O vice-governador de Minas, Clésio Andrade, também é cotado. Clésio, presidente da CNT (Confederação Nacional dos Transportes), tem prós e contras por ser de uma entidade empresarial do setor.
Adauto, que tem mandato de deputado federal, deve ser candidato a prefeito de Uberaba neste ano, segundo deu a entender ontem o vice-presidente.
"É uma dedução [a candidatura] que faço devido aos apelos dos colegas e companheiros dele [Adauto] em Minas, especialmente de Uberaba, para que ele cumpra pelo menos três meses de mandato como deputado federal por causa dos projetos que ele gostaria de defender. É por isso que preciso que ele fique um período na Câmara", disse Alencar.
Adauto tem sido minado desde o início do governo, seja por suspeição de irregularidades, seja por mau gerenciamento da pasta.
O presidente, por exemplo, já deu sinal verde para que seja marcada uma visita a Uberaba (MG), base eleitoral do ministro, como um último gesto de prestígio a ele.
Anteontem, nesse processo de tentar preservar a imagem de Adauto, o ministro demitiu o diretor-geral do Dnit (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes), José Antônio Coutinho. Coutinho é desafeto de Adauto. (LUCIANA CONSTANTINO E KENNEDY ALENCAR)


Texto Anterior: Tucano ironiza preocupação com pleito municipal
Próximo Texto: Panorâmica - Ajuste petista: Acordo com o FMI permite que saneamento seja poupado em bloqueio
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.