São Paulo, segunda-feira, 13 de fevereiro de 2006

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OUTRO LADO

Governo nega discriminação

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A assessoria de imprensa do ministro Jaques Wagner (coordenador político do governo) negou que haja discriminação contra Estados e afirmou ser necessário que alguns governadores se "dispam" dos problemas políticos para que possam estabelecer com o ministério uma relação de "colaboração e parceria".
De acordo com a assessoria, Wagner diz haver a necessidade de que as demandas prioritárias de todos os Estados sejam atendidas, mas afirma que, para isso, é preciso que a "política eleitoral" seja deixada de lado.
A assessoria do ministério argumenta ainda que existem várias peculiaridades em cada convênio que precisam ser analisadas caso a caso. De acordo com o ministério, o baixo atendimento verificado no caso de Requião, "um aliado do governo", prova que não há coloração partidária na distribuição de verbas.
Para o governador do Acre, Jorge Viana (PT), os números que apontam a unidade da federação como um dos principais destinatários dos repasses da União são "distorcidos" e "injustos", já que um montante teria sido utilizado para manter estradas federais sob tutela do Estado.
O argumento de Viana para afirmar que "a conta não é verdadeira" é que, desde o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), o Acre seria responsável pelas obras em estradas federais. Segundo ele, o volume de recursos já chegava a R$ 100 milhões no último ano do governo FHC.
"Há essa distorção pelo fato de o Acre ser um dos poucos Estados em que as obras federais de rodovias estão delegadas para nós. Dos R$ 109 milhões, mais de 60% são recursos de obras federais que em qualquer Estado ficam fora. Se somar só aqui fica injusto", disse o governador.
O governador reclamou ainda que o levantamento não contabiliza aportes similares aos do Acre, ou seja, usados para custear obras federais. "Não é dinheiro do Estado. O que o Brasil investiu no Rio de Janeiro em indústria naval não é somado?", disse.
Ele negou que sua proximidade com o presidente e o fato de ser do PT influenciem na dinâmica dos repasses.


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