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CGU vê falha de ex-ministra no uso de cartão
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As auditorias da CGU (Controladoria Geral da República)
sobre o uso de cartões de crédito corporativos por Matilde Ribeiro e Altemir Gregolin vão
apontar falha da ex-ministra da
Igualdade Social e isentar
o titular da Pesca.
Segundo apurou a Folha, as
auditorias sobre Matilde e Gregolin deverão ficar prontas até
depois de amanhã. Já a investigação da CGU a respeito das
despesas do ministro Orlando
Silva (Esporte) tende a demorar um pouco mais.
De acordo com um ministro,
a CGU referendará a decisão
política do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, que forçou
Matilde a pedir demissão. Para
a CGU, Matilde não usou de
má-fé, mas utilizou o cartão para uma despesa pessoal e para
locações irregulares de carros.
Matilde gastou R$ 461,16 em
um free shop em outubro do
ano passado. Alertada por sua
pasta, ela reconheceu o que
chamou de "engano" e afirmou
ter ressarcido o valor à União.
A CGU também deverá considerar que as locações seguidas
de automóveis configuraram
falta grave, pois a pasta deveria
ter feito licitação para isso.
A revelação dos gastos de
Matilde deu gás à oposição e
acuou o governo. Sua demissão
foi uma resposta para tentar diminuir a repercussão do caso.
Em relação ao ministro da
Pesca, a CGU deverá suavizar
seu entendimento. Gregolin
usou o cartão corporativo para
pagar uma conta de R$ 512,60
numa churrascaria de Brasília.
Segundo ele, era um almoço
com uma comitiva do governo
da China sobre pesca. Sua pasta
autorizou o gasto.
Ou seja, haveria dois atenuantes na situação de Gregolin -usou o cartão num compromisso de trabalho e obteve
aval jurídico do seu ministério.
Temor de efeito dominó
No caso de Gregolin, ainda
que haja desgaste político, o governo avalia que pouco adiantará entregar a sua cabeça. Se
degolasse o titular da Pesca, teria de fazer o mesmo com Orlando Silva e talvez com outros
colegas de ministério. Ou seja,
daria início a um efeito dominó.
Nas palavras de um auxiliar
presidencial, Lula não descarta
eventuais demissões no primeiro escalão, mas examinará
caso a caso antes de voltar a
usar o método célere de degola
que vitimou Matilde.
Orlando Silva, que gastou
R$ 8,30 em uma tapiocaria de
Brasília, ganhou pontos no Palácio ao devolver R$ 30 mil aos
cofres públicos -todas as despesas que efetuou com cartão.
Silva levou mulher, filha e babá
para um hotel no Rio. Disse que
ficaram todos no mesmo quarto e que o valor da diária seria o
mesmo se estivesse sozinho.
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