|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ajuda de custo é "indenização" diz Machado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ex-ministro da Previdência e atual secretário-executivo da Fazenda, Nelson Machado, considera que
a ajuda de custo recebida é
uma "indenização" pela demissão à qual tem direito
mesmo se tivesse ficado apenas um dia entre um posto e
outro em Brasília.
A assessoria de imprensa
do ministro dos Portos informou que Pedro Brito não podia ser contatado ontem,
mas negou que haja qualquer
irregularidade. Afirmou que
o valor foi recebido a título
de "ajuda de custo para pagamento de despesas de deslocamento e mudança para assumir a secretaria".
Segundo Luiz Navarro, secretário-executivo da CGU,
casos dessa natureza precisam de análises individuais e,
além do tempo que o servidor esteve entre duas funções do governo, é também
preciso averiguar se o indivíduo teve realmente em algum momento a intenção de
se mudar -isto é, se já sabia
que iria ficar no governo. A
CGU fará uma investigação
se houver denúncia.
A assessoria de Brito, apesar de argumentar a nova
instalação em Brasília, também afirmou que o ministro
jamais se mudou de fato de
sua residência oficial em
Fortaleza, onde mora sua família e passa os finais de semana. Ele apenas voltou a
adotar a prática de viajar para Brasília durante a semana
para trabalhar -fica hospedado em apart-hotel que paga com o auxílio-moradia,
também pago pelo governo
federal.
A assessoria informou que
o ministro também recebeu
um valor de indenização
após sua exoneração na Integração Nacional, mas não
soube dizer o valor, que não
consta do Portal da Transparência. E disse que o "regresso" a Brasília dentro dos 90
dias do decreto não se aplica,
já que Brito estaria chegando
para um novo cargo.
Nelson Machado entrou
em contato com a reportagem após um pedido de esclarecimentos feito à Previdência. Ele defendeu o direito à ajuda de custo, conforme
a lei 8.112, regulamentada
pelo decreto 4.004 de 8 de
novembro de 2001 -ele próprio enviou uma cópia à reportagem.
"Essa indenização é justamente porque o servidor vai
ter que voltar para seu Estado", disse Machado. Mas,
questionado sobre sua própria mudança de volta, disse:
"Eu fui embora, mas não fiz a
mudança porque dentro do
prazo de fazer a mudança, fui
convocado para voltar para a
[pasta da] Fazenda".
"Solicitei a ajuda de custo
porque é um direito. Se eu ficasse dois dias, um dia fora,
eu teria esse direito, é independente disso. O direito independe do prazo que eu fiquei fora", disse Machado,
em contradição com os limites do decreto.
Navarro, da CGU, também
estranhou que o pagamento
tenha sido feito pela Previdência, já que ele estava deixando o órgão, não assumindo um cargo na pasta.
Texto Anterior: Saiba mais: Restituição paga despesas em viagens Próximo Texto: Após pressão, reitor sai de apartamento Índice
|