CINTHIA RODRIGUES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Comissão de Finanças da Câmara Municipal de São Paulo vai pedir explicações sobre os R$ 68 milhões repassados pela prefeitura a servidores municipais em 2007 em regime de adiantamento de despesas. O sistema é semelhante aos de cartões de crédito do governo federal, porém os gastos não são divulgados na internet.
Só na Secretaria de Habitação, 11 funcionários administraram em 2007 contas correntes que receberam depósitos entre R$ 474 mil e R$ 6,8 milhões. A pasta diz que a verba pagou indenizações a famílias removidas de áreas de risco.
Na Secretaria de Governo, o supervisor geral de assuntos administrativos, Evaldo Luiz David, recebeu R$ 240 mil para compras não licitadas para os edifícios Matarazzo e São Joaquim. Ontem David disse que não gastou todo o dinheiro e que a administração dos dois prédios custa R$ 60 mil por ano. A verba restante teria sido adiantada, mas não gasta.
Na Secretaria de Finanças, dois nomes estão entre os que receberam mais adiantamentos. O secretário-adjunto da pasta, Silvio Dias, disse que Andrezza Karina Domingues dirige uma divisão de treinamento e usou R$ 161.663,05 depositados em seu nome em 2007 para pagar cursos aos funcionários. Celso Tadeu de Azevedo Silveira, chefe de gabinete que recebeu R$ 103.470, teria gasto tudo com diárias de hotéis quando servidores da secretaria precisam viajar a trabalho.


Texto Anterior: Após pressão, reitor sai de apartamento
Próximo Texto: Investigação: Ministro do STF rejeita divulgar dono de "offshore"
Índice